Osório: mulher que teve corpo concretado em geladeira teria sido morta por motivo banal
A denúncia do Ministério Público (MP) contra o parceiro de Nara Denise dos Santos, de 62 anos, encontrada morta em uma geladeira em 6 de janeiro deste ano em Osório, Litoral Norte, revela que a vítima teria sido asfixiada.
Conforme o documento acessado por Zero Hora, o suspeito tentou várias formas de ocultar o corpo antes de concretá-lo dentro do eletrodoméstico.
O acusado, de 37 anos, enfrenta acusações do MP por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
As qualificadoras consideram três fatores: o crime ocorreu após uma discussão (motivo fútil), uso de asfixia (meio cruel) e suposto feminicídio, relacionado a questões de gênero.
Ele foi preso em flagrante após chamar a Brigada Militar, alegando ter encontrado o corpo da companheira. Atualmente, ele permanece detido.
A denúncia aponta que Nara foi assassinada em 5 de janeiro, um dia antes de ser encontrada na residência que dividia com o companheiro e o enteado adolescente.
O acusado teria asfixiado Nara durante uma discussão, motivada por uma compra não autorizada no cartão de crédito dela.
Tentativas de Ocultação do Cadáver
Após o crime, o acusado tentou várias formas de ocultar o corpo.
Primeiramente, tentou esquartejar a vítima, cortando uma das pernas na altura do joelho.
Em seguida, tentou incendiar o corpo dentro da geladeira, cobrindo o interior da casa de fuligem.
Com as tentativas frustradas, ele encomendou cimento, areia e um carrinho de mão de uma loja de materiais de construção, fingindo ser Nara pelo WhatsApp.
Ele despejou o cimento dentro da geladeira, que estava deitada no chão com o corpo dentro. Assim, a Brigada Militar encontrou o cadáver: concretado, sem uma perna e com marcas de queimaduras.
Segundo a Brigada Militar, foi o próprio companheiro quem procurou a polícia, relatando a morte de Nara dentro de casa. Ao encontrar a vítima na geladeira, ele admitiu informalmente o crime, alegando estar “possuído por uma entidade maligna” no momento do assassinato.
Histórico do Casal
Nara e o acusado estavam juntos havia cerca de seis anos.
Inicialmente, ele trabalhava como animador em eventos, atuando como mágico. Posteriormente, ele teve um delivery de hambúrgueres artesanais, trabalhou como socorrista, cuidador de idosos e líder religioso.
De acordo com a Polícia Civil, ele não tinha histórico de violência doméstica.
Nara era bastante conhecida no município do Litoral Norte, tendo trabalhado na Câmara de Vereadores, na prefeitura e em outros cargos de confiança.
No último pleito municipal, concorreu ao cargo de vereadora pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Contraponto
O acusado optou por permanecer em silêncio durante o depoimento à Polícia Civil e ainda não foi ouvido pela Justiça, conforme o assistente de acusação.
A Defensoria Pública, que representa o acusado, informou que se manifestará apenas nos autos do processo.
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