O outono, que inicia na madrugada de domingo (20) e se estende até o dia 20 de junho, seguirá com a influência do fenômeno El Niño e tende a ter chuvas acima da média climática. Quem informa é a agrometeorologista da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Bernadete Radin. Segundo ela, o mês de abril será o mais chuvoso.
Bernadete explica que, quando o El Niño ocorre na primavera, como aconteceu em 2015, a tendência é de haver chuva no outono. “Há um repique de precipitações mais intensas”, pontua. Conforme a pesquisadora, a estação tem uma maior frequência de nevoeiros e, em pontos mais altos, como a Serra Gaúcha, ocorrem geadas.
“Há mais entrada de massa de ar frio, por isso, as temperaturas devem ficar dentro da normalidade, ou seja, mais baixas do que as do ano passado, que registrou temperaturas acima da média para a época”. Segundo o Centro Estadual de Meteorologia (Cemetrs) da Fepagro, a mínima deve ficar em torno dos 10°C, e a máxima em 25°C. A pesquisadora esclarece também que o tempo mais frio fornece mais qualidade às frutas, como os citros por exemplo (laranja, bergamota, nectarina, entre outros).
Dificuldades
Bernadete alerta que a chuva acima da média pode dificultar a entrada de máquinas para a colheita de algumas culturas no Estado, como a soja e o feijão safrinha. “Até agora, foi colhida apenas 15% da soja plantada no Rio Grande do Sul”, conta.
Por isso, a recomendação da Fepagro é que os agricultores estejam com suas máquinas preparadas para quando as condições de umidade do solo sejam adequadas, e a cultura esteja no ponto de colheita. “Assim que as condições forem favoráveis, eles devem colher imediatamente, porque, mais tarde, podem ter prejuízos”.
O excesso de chuvas pode ainda atrasar o preparo do solo para o plantio das culturas de inverno, como o trigo, que inicia entre o final de maio e o início de junho.
Darlene Silveira