Padres missionários – Por Dom Jaime Pedro Kohl
O mês de agosto é dedicado às vocações. Cada semana refletimos e rezamos para uma determinada vocação. Este primeiro domingo é dedicado aos padres.
Paira no ar um pensamento generalizado de “crise vocacional”. De fato, se compararmos com outros tempos as vocações escasseiam em nossas casas de formação.
Parece que, para o jovem de hoje, o apelo vocacional é algo quase inconcebível, fora de cogitação, demasiado longe da sua realidade. Deixar tudo para se dedicar única e exclusivamente ao culto e ao serviço dos irmãos parece coisa de outro mundo.
Sim, é verdade que precisaríamos de mais gente para acompanhar devidamente nossas comunidades cristãs e para a Missão além-fronteiras.
Mas, se olharmos as estatísticas, não estamos tão mal quanto parece. De 1970 a 2014, por exemplo, o número de padres no Brasil passou de 13.092 para 24.598. Praticamente, duplicou no seu número. Se compararmos os últimos 10 anos teve um crescimento ainda maior, passando de 17.796 (2004) para 24.598 (2014).
Nunca se rezou tanto pelas vocações como nestes últimos anos. Em nossa diocese em todas as missas e celebrações reza-se pelas vocações. O fazemos com fé, seguindo o apelo de Jesus: “Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”.
Os números falam e parece que Deus está escutando nosso grito. Isso fica mais evidente se observarmos o crescimento das vocações nos continentes da Ásia e África. Deus continua chamando e os jovens continuam respondendo.
Com isso não podemos nos acomodar e dizer que podemos ficar tranquilos pois a vocações estão crescendo. A cooperação missionária na Igreja promove a efetiva participação do Povo de Deus na missão universal de três formas: pela comunhão espiritual, pela comunhão dos bens materiais e pela entrega da vida. Esta última representa o coração da cooperação, já que sem missionários não há missão.
“O anuncio do Evangelho requer proclamadores, a messe tem necessidade de trabalhadores, a missão realiza-se, sobretudo, por homens e mulheres que consagram a vida à obra do Evangelho, dispostos a irem a todo o mundo levar a salvação” (RM 79).
Se os padres forem animados de paixão pela missão, não faltarão vocações ,nem para as dioceses e nem para a Missão ad gentes. Todo padre é chamado a ser missionário, sentir-se padre para o mundo inteiro.
Como afirmam nossas Diretrizes: “A maturidade eclesial é consequência e não apenas condição de abertura missionária” (78).
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br