Países pobres x países ricos – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

As diferenças de qualidade de vida entre países ricos e países empobrecidos é acachapante, tem causas múltiplas que não podem ser debitadas a nenhuma delas isoladamente.

A hipótese da INFLUÊNCIA CLIMÁTICA, países de clima quente favorecem a modorra e um condicionamento limitado ao trabalho exaustivo não é estimulado, entretanto, há nações próximas do equador com desenvolvimento acentuado e em franca expansão.

Circunstâncias CULTURAIS, inclusive de cunho filosófico e religioso podem ser assacadas, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, países com influência inglesa, contrapondo-se aos das Américas Latina e Central, carregando os dissabores de serem colonizadas por portugueses e espanhóis são significativas, porém, por si sós não representam motivo suficiente para tamanhas discrepâncias.

A IGNORÂNCIA, tanto dos nativos como dos dirigentes locais que surgiram após as proclamações de independência foram e são importantes. Neste quesito temos a ressaltar que a ganância dos novos dirigentes, que assimilaram as atitudes dos colonizadores que os antecederam impediu esses países de saírem do marasmo colonialista. ORIENTAÇÕES POLÍTICAS – Coreia do Norte-Coréia do Sul, Alemanha Oriental-Alemanha Ocidental, etc. fornecem indicativos precisos que a democracia induz ao progresso. Nada que possa ser considerado irreversível, a China pós Mao-Tse-Tung redirecionou a economia rumo a um capitalismo com permanência de um governo ditatorial e, até agora, os resultados indicam que houve sensível aumento do PIB nacional, apesar do povo não sentir os efeitos, exceto os eternos “mais iguais”, a “nomenklatura” típica dos países comunistas.

Os governantes que optaram pela fragilidade do direito à propriedade e das instituições econômicas acarretaram o empobrecimento da maior parte do seu povo.  Não se apoderaram das riquezas por acreditarem que estavam fazendo boa economia, visando o bem da nação, mas porque podiam fazê-lo impunemente, enriquecendo a custa do empobrecimento dos demais e por acharem que essa política os manteria no poder mediante a cooptação fraudulenta de grupos e elites locais.

Tais opções foram feitas porque permitiam transferir parte substancial recursos para grupos politicamente poderosos, relegando a maioria da população a um regime de vida sub-humano. Os controles de preços por outro lado proporcionavam alimentos baratos (atitude que fortalecia eleitoralmente o populismo), todavia insustentáveis.

No decorrer do tempo desmontaram a estrutura agrícola e pecuária dos países ocasionando escassez nas prateleiras dos supermercados. A indústria, para sustentar preços irreais, abaixo do custo de produção, tem de canibalizar os recursos necessários à compra dos insumos e acaba ocasionando a falência, o desemprego e o desabastecimento. Para a importação do que não é mais produzido faltam verbas, a inflação afia suas garras e pesa primordialmente sobre as costas dos mais pobres. Tendo de recorrer ao aporte de capitais estrangeiros criou-se um círculo vicioso que retroalimenta o descalabro.

A desvalorização da moeda é o trágico resultado dum sonho utópico. 

Não adianta trocar um líder messiânico por outro que lhe seja antípoda, sofremos no Brasil por esta opção. Lula cometeu atentados escandalosos, inclusive ao corromper e se deixar corromper por empresas dos mais diversos matizes. Financiou obras de cunho megalômano no exterior. Com esse proceder, porto Mariel (Cuba) de 1º mundo – porto de Santos obsoleto; ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela) concluído – ponte do Guaíba inconclusa; metrô (Caracas) – Porto Alegre sequer iniciado; estradas moderníssimas na África – no Brasil sistema viário caótico; etc.     Bolsonaro foi eleito pelos que se opunham a isso tudo, não fosse ele seria outro que representasse a oposição ao descalabro. Obscurantismo refutado há dois milênios – terraplanismo ressurge -, educação no índex; troca de ministros como se troca de camisa; confrontos continuados como Legislativo e o Judiciário…Os brasileiros não merecem viver oscilando entre esses dois polos do non-sense.

Um país que poderia ser habitado por cidadãos com padrão de vida no mínimo satisfatório navega em mar encapelado e, em vez de progredir com todos lutando ombro-a-ombro, digladiam-se em luta fratricida,bolsomínions versus petralhas. E TODOS acabam naufragando, menos os eternos “MAIS IGUAIS” que surfam tranquilamente nas ondas do populismo abjeto. Não importa a ideologia dominante, mudar sem redirecionar o rumo e instituir um posicionamento que vise o bem-estar da população e não apenas trocar seis por meia-dúzia é continuar permanentemente noramerrão que já nos deixou desacorçoados.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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