Papa: é preciso sentir vergonha
“Mas, tivemos vergonha? Tantos escândalos que não quero mencionar individualmente, mas que todos sabemos quais são. Escândalos [pelos quais] alguns tiveram de pagar caro. E isso está bem! Deve ser assim… a vergonha da Igreja”, acrescentou, de acordo com a Rádio Vaticano. “Mas, temos vergonha desses escândalos, dessas derrotas de sacerdotes, bispos e laicos?”, insistiu.
O papa considerou que os responsáveis envolvidos nos escândalos “não tinham uma relação com Deus. Tinham uma posição na Igreja, uma posição de poder e também de comodidade, mas não a palavra de Deus”.
Na terça-feira (14), o papa também denunciou, durante a homilia na Casa de Santa Marta, a “figura do cristão corrupto”, ao falar de laicos, sacerdotes e bispos que se aproveitam da situação e dos privilégios.
O representante do Vaticano na ONU em Genebra, Silvano Tomasi, apresentou hoje à Comissão das Nações Unidas para os Direitos da Criança a resposta da Igreja aos abusos sexuais de menores por padres e outros funcionário. Ele disse que não existe “desculpa possível” para esses casos.
Tomasi acrescentou que o Vaticano formulou “diretivas” na matéria para facilitar o trabalho das igrejas locais, que desenvolveram também recomendações para evitar abusos, disse ele, citando a Carta para a Proteção das Crianças e Jovens, adotada pela Igreja Católica norte-americana em 2005.
A comissão da ONU dedica a sessão de hoje à avaliação do cumprimento pelo Vaticano dos compromissos assumidos com a ratificação da Convenção dos Direitos da Criança, em 1990, e os respectivos protocolos em 2000.