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Para CIA, Brizola era 'demagogo anti-americano'

O ex-presidente João Goulart era “um oportunista que subiu ao poder com o apoio da esquerda” e Leonel Brizola, o “principal demagogo anti-americano”, em análises da CIA que aparecem em um dos documentos secretos divulgados nesta terça-feira pela agência de inteligência americana.

No relatório “A luta sino-soviética em Cuba e o movimento comunista na América Latina”, um calhamaço de 172 páginas elaborado em plena Guerra Fria, em novembro de 1963, a CIA adverte: “O Brasil é o maior alvo dos comunistas no Hemisfério Ocidental”.

A agência afirma que o Partido Comunista Brasileiro, liderado por Luis Carlos Prestes, vinha lutando por muitos anos, “com certo sucesso”, para expandir sua influência na vida política brasileira. E que contava com o apoio das principais forças esquerdistas e nacionalistas do Brasil: “o presidente Goulart, um oportunista que subiu ao poder com o apoio da esquerda e desde então vem tentando aumentar seu poder pessoal fazendo concessões alternadamente para direita e esquerda”, e “Leonel Brizola , genro de João Goulart (sic) – Brizola era cunhado de Goulart – que se tornou o principal demagogo anti-americano com propaganda financiada generosamente por donos de indústrias”.

A CIA fala também sobre Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas, que teria recebido apoio financeiro de Fidel Castro para preparar um movimento de guerrilha, além dos dissidentes do PC do B. A agência se detém na disputa da China e da União Soviética para influenciar os partidos comunistas do País.

Segundo a CIA, o presidente cubano, Fidel Castro, conclamou os brasileiros a “se aproveitarem da experiência de Cuba” e iniciar uma guerrilha contra “os militaristas reacionários” que teriam forçado o presidente Jânio Quadros a renunciar.

Castro também teria incitado os comunistas brasileiros a seguirem o modelo venezuelano, com organização de atividades de guerrilha e protestos nas cidades.

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