Para não dizer que não falei nas flores

Ainda me encontro em férias, desde cinco de dezembro, em Balneário Camboriú. Não fossem os recursos que a Internet contempla aos que nela se arrojam, sem medo de “explodirem” o…

Ainda me encontro em férias, desde cinco de dezembro, em Balneário Camboriú. Não fossem os recursos que a Internet contempla aos que nela se arrojam, sem medo de “explodirem” o computador, não estaria me regozijando ante o prazer maior que é o de estarna companhia dos meus poucos, mas generosos leitores. Através dela (a Internet), a exemplo deste, pude enviar ao Rogério Bernardes, o timoneiro-mor de Litoralmania, meus artigos do mês de dezembro de os de janeiro.

Ao sair em férias, dispus-me a ser – por que não? – um temporário alienado aos acontecimentos que fazem a notícia de nossa aldeia global. Para tanto, terei o resto do ano para me inteirar e, como sempre, manifestar meu ponto de vista, mesmo que as minhas sejam notas dissonantes. É claro, impossível mantermo-nos em “clausura” absoluta. O assassinato da líder Menazhir Bhuto transcendeu ao alcance da mídia.

Soube, inclusive, que a tão esperada queima de fogos nas areias de Capão da Canoa, na virada do ano, foi proibida pela Patrulha Ambiental em respeito à vida e preservação do Ninho das Corujas, próximo ao Calçadão. Sei, também, que houve a vaia dos descontentes, certamente “encharcados” e a quem razão alguma assiste.

No mais, pude manter-me à distância do nosso cotidiano. Ao cruzarmos a linha de chegada do ano e ingressarmos nos minutos primeiros de um novo, formulamos os nossos desejos mais recônditos, variáveis, é claro, conforme nossas próprias circunstâncias. Mesmo eu, o mais reconhecido realista (para muitos, não passo de um pessimista de carteirinha!) me valho dos anjos, arcanjos e querubins para que digam ao Eterno o que este brasileirinho desesperançado deseja para a jornada que recomeça. Tenho a absoluta certeza de que alguns de vocês me acompanham nestes apelos. Que a ética e a moral sejam ressuscitadas da ímpia mortalha que os homens públicos, desde o mais insignificante vereador, até o presidente da Nação, tentaram impingir.

Que a Saúde saia de seu estado de paciente terminal e, gradativamente, se estenda, sem distinção, aos que padecem nas filas de espera dos transplantes e dos procedimentos que se fazem vitais. Que o Poder Judiciário e o Ministério Público sejam mais complacentes para com um Estado reconhecidamente falido estaria equivocado ao fazer votos de que a Defensoria Pública, ainda que reconhecidos seus constitucionais direitos, se mostrasse menos “sombra” dos dois primeiros. Que a Segurança imponha o seu brado forte à bandidagem, decretando que a vida, o patrimônio e o direito de ir e vir do cidadão são bens inalienáveis. Que a Educação, assegurada por todos os Estatutos e Constituições, se faça presente a todos, sem o mau-cheiro do assistencialismo eivado da mais baixa e sórdida política. Que o Trabalho seja um direito inconteste a todo o brasileiro, sem distinção de cor, sexo e, sobretudo, idade.

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Pensei em hoje escrever uma crônica com novas esperanças, repleta de ternura. Uma crônica que incensasse a casa de cada um que me lê com a doce fragrância das flores, suave ao toque das pétalas da mais exuberante rosa. Acho que quase foi assim. Mesmo as mais lindas rosas trazem seus imprescindíveis espinhos.

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