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Paraguai comemora revisão do Tratado de Itaipu pelo Brasil

O governo do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, comemorou ontem (11) à noite com festa e anúncio público a aprovação pelo Senado brasileiro do texto que eleva de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões anuais a quantia paga pelo Brasil aos paraguaios pela cessão de energia da Hidrelétrica de Itaipu Binacional. No próximo domingo (15), a presidenta Dilma Rousseff estará em Assunção e fará a comunicação oficial da decisão. As informações são da Presidência do Paraguai e da agência pública de notícias paraguaia, Ipparaguay.

“O Senado brasileiro aprovou uma triplicação do valor da indenização, a transferência de energia do país vizinho paga pelo uso da energia paraguaia de Itaipu, coroando com êxito uma das bandeiras que nós construímos na disputa eleitoral de 2008. Foi um dos principais compromissos assumidos [pelo ex-presidente] Luiz Inácio Lula da Silva, no Paraguai, como resultado das negociações que começaram desde que assumimos o governo”, disse Lugo.

Segundo Lugo, o reajuste faz parte de uma longa negociação decorrente de erros cometidos durante o governo do ex-presidente Alfredo Stroessner. “Trabalhamos para corrigir a terrível traição que ocorreu no regime do general Stroessner e os erros cometidos contra a nação e o povo do Paraguai no Tratado de Itaipu”, disse ele.

Para o presidente do Paraguai, a aprovação do texto pelo Senado brasileiro deve ser celebrada como uma das principais vitórias para o povo paraguaio. “Hoje [ontem] é um dia para comemorar. Nós estamos honrando com fatos e não apenas com discursos e feriados todos os nossos heróis”, afirmou. Para o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Jorge Lara Castro, a aprovação do texto pelos senadores paraguaios é um “passo importante porque ela inicia um novo contexto de integração”.

As negociações em torno das chamadas notas reversais, que tratam do reajuste do valor pago pelo Brasil do uso de energia de Itaipu, dividiram ontem os senadores brasileiros. A relatora do texto, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), defende que os custos da adoção da medida serão arcados pelo Tesouro Nacional e não vão oneram diretamente os consumidores. Porém, os oposicionistas divergiram da senadora e votaram contra a proposta.

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