Passaportes contra a covid – Jayme José de Oliveira
PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
PASSAPORTES CONTRA A COVID
Enquanto a campanha de vacinação contra a Covid-19 avança, mais países implantam passaportes de saúde para permitir atividades diversas, inclusive viagens internacionais. A iniciativa gerou reações adversas em alguns países, entre eles os EUA que consideram as medidas invasivas e ineficazes.
A possível implantação dos passaportes começou em 1897, quando a Índia Britânica lutava contra um surto de peste bubônica. Atualmente é exigida dos viajantes internacionais a comprovação de, por exemplo, comprovante de vacina contra a febre amarela.
Pelo mundo as regras são variadas. Há países, como o Reino Unido, que permitem a entrada de não vacinados contra a Covid-19, mas com uma série de exigências, como o teste negativo 48 horas antes do embarque, realização de testes PCR e quarentena de dez dias. Muitos países impõem restrições várias para a entrada e seu número aumenta constantemente prevendo-se a universalização dessas medidas restritivas, algumas drásticas, mesmo para os habitantes autóctones. Se tornarão mais ou menos rigorosas com o progresso das vacinas e a popularização dos medicamentos utilizados para o TRATAMENTO de infecções já instaladas. A FDA (Foodand Drug Administration), agência reguladora dos EUA, aprovou para uso emergencial a pílula Pfizer (nirvatrelvir) para tratamento da Covid-19, em 19/01/2022. O medicamento é indicado para adultos e crianças a partir de 12 anos que tenham testado positivo. Dados recentes destacaram também que o tratamento mantém sua eficácia para a variante Ômicron.
As medidas restritivas variam de país para país e a gravidade das penalidades também. O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, autorizou a prisão de pessoas não vacinadas que saírem de suas casas durante o atual período e restrições impostas, para frear os casos da Ômicron. São 13 milhões de pessoas.O comandante do Exército Brasileiro, general Paulo Sérgio, definiu uma série de regras a serem adotadas na força para combater o avanço da pandemia de Covid-19. O retorno de integrantes da caserna deve ocorrer após 15 dias de aplicação da vacina. As regras valem para servidores civis, militares e estagiários. Os casos omissos sobre cobertura vacinal deverão ser submetidos à apreciação do DGPC (Departamento Geral de Pessoal) para adoção de procedimentos específicos. Além das restrições de circulação, o governo chinês também dificultou a entrada de visitantes e barrou o turismo no país. Os chineses são desestimulados a viajar para fora. A cidade de Ruili, no sudoeste da China, chegou a ser fechada quatro vezes (uma delas por 26 dias seguidos) até novembro de 2021, e muitos moradores que dependiam do turismo ficaram sem renda.
As restrições estão sendo analisadas de maneira diversa por pessoas de proeminência, inclusive com avanços e recuos.
“A vacinação obrigatória deve sempre respeitar os direitos humanos e força-la não é aceitável. Sob nenhuma circunstância, as pessoas devem ser vacinadas a força”. (Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile a Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU). Durante o Seminário do Conselho de Direitos Humanos, ela insistiu em que “a obrigatoriedade da vacinação só deve ser utilizada quando necessário para alcançar objetivos imperiosos de saúde pública”.
Ao que me parece ser uma realidade, no “rodar da carruagem”, foi convencida que a primeira declaração não era compatível com a totalidade das circunstâncias. Internações em UTIs, mortes de infectados não são admissíveis, mesmo quando intervenções drásticas se chocarem com as liberdades individuais.
“Liberdade individual termina onde começa a necessidade coletiva. Se 125 países exigem passaporte vacinal em relação à febre amarela, por que seria absurdo fazer o mesmo para frear a Covid-19”?(Juremir Machado da Silva, jornalista e professor universitário).
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado