Paulo Freire, o grande vilão no Brasil de 2019 – Suely Braga

Suely Braga
Paulo Freire, o grande vilão no Brasil de 2019 - Suely Braga
Suely Braga

Paulo Freire tornou-se o grande vilão do Brasil de 2019 pela ideia de que quem estuda deve  aprender a pensar por conta própria. Educador cristão foi preso e exilado, porque propunha a liberdade em primeiro lugar.

Dizia Paulo Freire: “pode a educação reprimir ou libertar. Pode ensinar o respeito a opiniões diferentes da sua, ou transformar-lhe numa criatura autoritária e insensível. É a educação que inclui o risco de forjar cidadãos e difundir a democracia.“

Por isso, é que no Brasil de 2019 o grande vilão depois, de Lula é Paulo Freire.

A barbárie retirou do educador cosmopolita e consagrado no mundo todo em educação, para expô-lo á execração pública como porta-voz do comunismo ateu.

Paulo Freire morto em 1997, assombra os bolsonários instrumentalizados pelos charlatães evangélicos e pelas pregações do astrólogo Olavo de Carvalho. É que para Paulo Freire educar é encaminhar o aluno em direção  às múltiplas escolhas do livre-arbítrio.

Era cristão, foi preso e exilado porque propunha a liberdade em primeiro lugar.

Para eles a Pedagogia dos Oprimidos, título da obra mais conhecida do professor pernambucano, está no mesmo lugar dos malditos imaginários, com marxismo cultural, a evolução das espécies de Jean Wyilys.

Paulo Freire era sim um homem de esquerda, na medida em que se ofendia com o capitalismo bárbaro e sonhava com um Estado de Bem

Estar social para todos.

A paranoia persistente dos que confundem isso com o comunismo, que se agudizou durante a ditadura-civil- militar levou-o a um longo exilio, depois de ter sido preso pelos militares. Pode experimentar seus ensinamentos no Chile, na África, na Suíça e nos Estados Unidos. Só em 1988 é que teve oportunidade de colocar sua teoria em prática, no Brasil, como secretário de educação da Prefeita Luiza Erundina, em São Paulo. Sempre foi contrário aos regimes que violavam direitos fundamentais do ser humano.

Se fosse vivo Paulo Freire estaria na trincheira oposta do atual bloco do poder. Virou o bode expiatório da turma do Mandamento e da tutela,

que patrulha o comportamento dos professores e dos alunos, em sala de aula, em nome de UMA ESCOLA SEM PARTIDO.

Não é o tratamento merecido por aquele que é referência no campo educacional em todo mundo e para os trabalhos acadêmicos na área de humanidades.

Na maioria das escolas e Universidades brasileiras, Paulo Freire é considerado o Papa da Educação.

Palavras de Paulo Freire: “ Na verdade, na medida em que massificam e domesticam as camadas mais ingênuas da sociedade. Na medida, em que deixam em cada homem a sombra da opressão que o esmaga. Expulsar esta sombra pela conscientização é uma das fundamentais tarefas de uma educação libertadora. ”

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