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Paz (Violência?) no Trânsito!

A cada novo feriado, infelizmente, a história se repete: na véspera, as autoridades de trânsito e a imprensa pedindo paz e responsabilidade nas estradas, e no retorno, a triste contabilidade dos mortos, feridos, e o drama das famílias dilaceradas!

Somente neste último feriadão, foram 17 vítimas fatais aqui no estado, devendo ainda ser lembrado o duplo acidente ocorrido na BR – 282, no Município de Descanso, em Santa Catarina, no qual morreram 27 pessoas, entre eles, quatro bombeiros que estavam prestando socorro, e dois jornalistas, que reportavam o trágico acontecimento, quando foram brutalmente colhidos por um terceiro caminhão, desgovernado, cujo motorista encontra-se preso, e alega que houve “falha nos freios”

As estatísticas são simplesmente estarrecedoras: 327.469 pessoas mortas nos últimos dez anos, numa média que atualmente atinge 35 mil vítimas fatais por ano, sendo aproximadamente 100 vidas humanas a cada dia. Em cada dez mortos, oito são homens, na maioria jovens entre 16 e 29 anos, sendo que o consumo de bebidas alcoólicas e drogas estão presentes em 70% destes casos. Abstraído o fator psicológico, toda esta violência gera, ainda, uma despesa de cerca de R$ 25 bilhões de reais anualmente ao sistema de saúde pública do País (cifra maior que o polêmico orçamento estadual para todo o próximo ano).

Os acidentes de trânsito já são a terceira maior causa de desencarnes no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e o câncer, representando 4% do total de mortes, ou seja, uma em cada 25 certidões de óbito lavradas tem como “causae mortis” as fatalidades decorrentes do tráfego de veículos automotores. São números assustadores, comparáveis apenas aos 37 mil mortos anuais da Guerra do Iraque.

Os dados estatísticos devem servir de parâmetro para algumas conclusões óbvias, quais sejam, que o álcool e as drogas combinados com a juventude e a imprudência, em especial a masculina, são a esmagadora causa dos acidentes nas estradas. Some-se a estes fatores, a péssima conservação das rodovias, o aumento geométrico do número de carros e motos e a falta de conscientização do povo brasileiro, que ainda não entendeu que poucas áreas necessitam tanta responsabilidade coletiva como esta.
    
Esperamos que todos estes dados alarmantes provoquem uma profunda reflexão na sociedade brasileira, para reagirmos a mais esta causa de violência, e que todos nós entendamos, enfim, que a coletividade é formada pelo conjunto das individualidades, e que a mudança de postura no trânsito deve partir da consciência de cada brasileiro e brasileira.

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