Perito diz que vítimas do acidente podem não ser idenficadas
Algumas vítimas do acidente com o avião da TAM podem não ser idenficadas. A afirmação é do perito médico legista da Polícia Civil do Distrito Federal, Matheus Fonseca Galvão. Especialista em grandes acidentes, Galvão disse que a possibilidade existe, mesmo que remota.
– Essa possibilidade, ainda que remota, existe, sim. Dependendo do tempo em que o corpo ficou exposto a [altas] temperaturas, é possível que haja degeneração completa do DNA. Então, em casos excepcionais, pode acontecer de não termos a identificação – afirmou o perito, em entrevista à Rádio Nacional.
Nesse caso, disse ele, caberá à Justiça declarar a morte provisória do indivíduo que, após um processo, é declarado morto.
– Estou certo de que, se por acaso alguma vítima não for identificada, não será por falta de empenho, por falta de material, por falta de aplicação técnica da Polícia do estado de São Paulo – ressaltou Galvão. Ele lembrou que inclusive uma equipe do Rio Grande do Sul foi convidada.
Galvão acompanhou o resgate das vítimas do acidente da TAM, ocorrido no último dia 17. O perito chegou ao local do acidente no mesmo dia, como emissário de disponibilidade da Polícia Civil do Distrito Federal. Ele explicou que, em uma situação de desastre de massa, a primeira ação é identificar os corpos que estão menos carbonizados e aqueles em que existe algum tipo de informação.
– A rotina é a seguinte: Você separa os cadáveres em adultos e crianças, homens e mulheres. Aí, você tem a ficha e separa. Aí, chega uma família e fala assim: O meu parente tinha uma placa de titânio no corpo. Então, as radiografias são realizadas e assim que aparece é feita a comparação e esse está identificado.
Bombeiros retiram laje de prédio da TAM
O trabalho das equipes do Corpo de Bombeiros se concentra na retirada de uma laje do prédio anexo da TAM Express. De acordo com o capitão Mauro Lopes, porta-voz do Corpo de Bombeiros, a retirada deve durar o dia todo. A laje será cortada em pedaços com duas ferramentas usadas na construção civil.
Na segunda-feira, os bombeiros deitaram as pilastras que sustentavam a laje para facilitar a remoção. Após o fim deste trabalho, os bombeiros irão retomar as buscas em 15% do prédio atingido. A área ainda não foi inteiramente vasculhada pelas equipes.
– O trabalho de buscas não encerrou. Não suspendemos os trabalhos, mas não dá para colocar o pessoal com máquinas trabalhando – afirmou Lopes.
Após a retirada das lajes, os bombeiros irão trabalhar em uma fresta de 80 centímetros onde estava a cabine da aeronave. As equipes acreditam que, no local, podem ser encontrados fragmentos de corpos e objetos pessoais que facilitem a identificação das vítimas. A retirada das lajes é necessária porque ela faz peso sobre este local de trabalho e coloca em risco os bombeiros.
O problema é que, segundo o capitão Mauro Lopes, a fina garoa que cai na Zona Sul de São Paulo pode prejudicar os trabalho já que a laje pode ficar escorregadia por causa da umidade.