Pesquisa revela aumento recorde no percentual de famílias endividadas no RS: 91,2%
A edição de julho da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), revelou um aumento significativo no número de famílias endividadas no Rio Grande do Sul.
O percentual alcançou 91,2%, o maior do ano até o momento.
O levantamento, realizado nos últimos dez dias de junho e divulgado pela Fecomércio-RS, mostrou um aumento em relação à edição anterior, que registrou 89,2%, e uma queda em relação aos 96,3% observados em julho de 2023.
Este é o segundo mês consecutivo com aumento no número de famílias endividadas, indicando uma deterioração no cenário econômico.
Inicialmente, o quadro parecia melhorar com o bom desempenho do mercado de trabalho, estabilidade inflacionária e redução nas taxas de juros. No entanto, os dados de julho de 2024 sugerem uma reversão dessa tendência positiva.
A pesquisa também revelou que o percentual da renda comprometida com dívidas subiu de 24,6% em junho para 28,0% em julho.
Entre os endividados, aqueles que se consideram “muito endividados” aumentaram para 28,1%, comparado a 24,9% no mês anterior.
As dívidas associadas ao cartão de crédito e aos carnês também cresceram, alcançando 64,0% e 37,1%, respectivamente.
O tempo médio de comprometimento com dívidas se elevou para 6,5 meses, em comparação aos 6,2 meses registrados anteriormente.
Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS, observou que, apesar da piora esperada no quadro econômico, é essencial que o endividamento seja feito de forma consciente para evitar a inadimplência futura. “A situação exige vigilância constante.
A piora no cenário já era antecipada, e muitos encontram no endividamento a única solução temporária. É crucial que, mesmo em dificuldades, o manejo das dívidas seja feito com cautela para não comprometer o consumo futuro”, afirmou Bohn.
O percentual de famílias com contas em atraso subiu para 38,0%, após uma sequência de oito meses de queda. O tempo médio de atraso também aumentou para 31,8 dias.
O número de famílias que não conseguirão pagar nenhuma parte das dívidas em atraso nos próximos 30 dias alcançou 3,3%, a segunda alta consecutiva desde outubro de 2021.