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Pesquisador acredita que a estância que acolheu Dom Pedro I era em Arroio do Sal, não Torres

Depois de meses de busca de documentação que pudesse apresentar o roteiro e viagem do Imperador do Brasil Dom Pedro I, desde a sua passagem por terra de Florianópolis, passando por Laguna e pelo litoral gaúcho, chegando ao Rio Tramandaí até Porto Alegre, em dezembro de 1826, o jornalista e escritor Nelson Adams Filho descobriu uma carta histórica nos arquivos do Museu Nacional Brasileiro.

O relato feito a próprio punho pelo Imperador no seu diário, para ser encaminhado a Imperatriz Maria Leopoldina, revela detalhes de encontros, visitas, início e finais das cavalgadas, refeições e pernoites. O objetivo de Dom Pedro era chegar até a divisa do Brasil com o Uruguai para reorganizar suas tropas de combates com o país vizinho.

Nelson destaca uma parada para dormir de Dom Pedro na Estância do Pacheco, na noite do dia 5 de dezembro, depois de apenas uma passagem e rápida visita pelas torres (cidade de Torres). A travessia do Passo de Torres pelo Rio Mampituba, com início às 7 horas da manhã, teve duração de 1 hora até Torres. Permanecendo algumas horas na localidade partiu às 2 horas e 15 minutos, cavalgando por mais de 5 horas até o pernoite.

Na busca pela localização da desconhecida Estância do Pacheco, com algumas consultas em mapas antigos, o jornalista acredita que a parada foi em algum ponto dentro do município de Arroio do Sal, o que mudaria muito a história do Imperador no Estado.

Dom Pedro na carta não fala em pernoites em Torres e tão pouco na cidade de Santo Antônio da Patrulha, mesmo que toda a região fosse pertencente a este que foi um dos primeiros quatro municípios do RS.

A pesquisa foi transformada em projeto, em breve um novo livro também, e apresentada ao prefeito de Arroio do Sal Luciano Pinto da Silva e vice-prefeito Patrique Cipriano para que sejam encaminhadas diversas ações para reescrever a história do Brasil pelo RS, com destaque para o momento histórico do pernoite do Imperador no município.

Prefeito e escritor definiram um grupo de trabalho com diversas secretarias para promoção das atividades que vão comprovar a tese proposta. O primeiro encontro ocorreu, na tarde de terça-feira (16), na sala de reuniões do Centro Administrativo com os secretários Mateus Coelho (Turismo), Jucilei Pereira (Administração) e Iara Schaly (Educação e Cultura), além dos jornalistas Nelson Adams e Marcos Lewis e da coordenadora municipal de Cultura, Fernanda Dorneles.

Uma cavalgada será realizada no próximo domingo (21), com saída no mesmo horário do Imperador em 1826, de Torres, com o objetivo de descobrir o ponto exato da parada. Toda a jornada será registrada com fotos e vídeo.

Conforme os organizadores, no local de parada será erguido um monumento histórico.

Este trabalho fará parte também da Feira do Livro de Arroio do Sal, que ocorre de 5 a 9 de novembro de 2014. Todos os registros históricos e imagens produzidas na pesquisa serão apresentados para os alunos e comunidade.

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