Pilotos do Legacy fizeram vôo cego, diz Aeronáutica
O Inquérito Policial Militar (IPM), que investigou e indiciou os controladores por “displicência” e “falta de diligência”, é explícito ao constatar que os pilotos tiveram “conduta omissiva”, uma vez que estavam apenas sob “vigilância radar” do controle de espaço aéreo, e não sob “vetoração radar”.
Em linguagem aeronáutica, isto quer dizer, sem margem para interpretações subjetivas: os controladores brasileiros serviam de ponte de contato e apoio, mas, sob vigilância radar, “a responsabilidade de navegação é do piloto em comando da aeronave”, como diz o IPM.
Oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) listaram alguns pontos da conduta omissiva de Lepore e Paladino, que levavam o Legacy, comprado pela empresa ExcelAire, de São José dos Campos (SP) para os EUA.
Os pilotos tinham de seguir o plano de vôo registrado em São José dos Campos e tinham de cumprir as indicações da carta aeronáutica, que é documento obrigatório na cabine de comando.
Os controladores foram “displicentes” ao prestar serviços de apoio aos pilotos, dando informações truncadas ou pela metade, mas Lepore e Paladino sempre foram avisados de que estavam voando na condição de “vigilância radar”.
O ponto mais objetivo da conduta omissiva dos pilotos norte-americanos diz respeito à comunicação por rádio. Nem eles nem nenhum piloto em qualquer lugar do mundo precisam dos controladores para saber em que freqüências devem posicionar os aparelhos de comunicação.