Plano Safra 2025/2026 é entregue oficialmente ao Governo Federal pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que apresentou nesta terça-feira (29) uma proposta robusta com novas diretrizes para modernizar o modelo de financiamento agrícola do Brasil.
O documento, que contempla contribuições de 59 entidades ligadas ao Instituto Pensar Agro (IPA), foi repassado em mãos ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pelo deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), coordenador institucional da FPA.
Com base em estudos técnicos e na realidade vivida pelos produtores rurais, a proposta do Plano Safra 2025/2026 prevê R$ 599 bilhões em crédito rural, dentro de uma estimativa de R$ 1,3 trilhão para atender às demandas da agropecuária nacional.
O texto defende a revisão urgente do modelo de financiamento atual, considerado burocrático e obsoleto, com o objetivo de simplificar processos, desburocratizar o acesso ao crédito e garantir previsibilidade ao produtor.
“Estamos propondo uma reformulação estrutural do financiamento agropecuário. O produtor precisa saber com antecedência o que terá disponível para planejar sua atividade com segurança”, ressaltou Alceu Moreira. Ele afirmou que o documento traduz o consenso entre as entidades do setor, com medidas pensadas para responder aos desafios econômicos e climáticos que vêm afetando o campo brasileiro.
Entre os destaques, está a proposta de destinação de R$ 25 bilhões para a equalização de juros e R$ 5,99 bilhões para a subvenção ao seguro rural — o que corresponde a pelo menos 1% do total do plano.
A ideia é evitar situações como a ocorrida em fevereiro deste ano, quando produtores ficaram sem cobertura após o fim dos recursos destinados ao seguro.
A criação de um Fundo de Catástrofe também está na pauta, para oferecer suporte em eventos climáticos extremos, como os enfrentados recentemente no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste.
Outro ponto de inovação no Plano Safra 2025/2026 é a proposta de uma política agrícola plurianual, inspirada na Farm Bill dos Estados Unidos, com duração de cinco anos.
O objetivo é proporcionar estabilidade orçamentária, previsibilidade e segurança jurídica ao setor, favorecendo investimentos de longo prazo e reduzindo os impactos de mudanças políticas anuais sobre o agronegócio.
A entrega do documento marca um passo estratégico da FPA para garantir que o próximo ciclo de produção agropecuária ocorra com melhores condições estruturais e políticas, reforçando a importância do agronegócio como motor da economia nacional.
A expectativa agora é que o governo analise as propostas com agilidade e implemente as mudanças solicitadas já no próximo anúncio oficial do Plano Safra.