Polícia apreende 27 toneladas de carne roubada no Litoral Norte
Um dia depois de a Polícia Federal (PF) deflagrar a operação “Carne Fraca”, policiais da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apreenderam, neste sábado, 27 toneladas de carne roubada no Litoral Norte do Estado. Sete pessoas foram presas em flagrante e três adolescentes foram apreendidos em abordagem realizada, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a um caminhão com carga avaliada em R$ 1 milhão.
Segundo o delegado Guilherme Calderipe, o Denarc tem monitoramentos constantes nas entradas para barrar e interceptar possíveis cargas de drogas e, por meio dessas investigações, detectou a suspeita de crime relacionado ao caminhão. Os policiais acompanharam o veículo desde a entrada no Rio Grande do Sul. A carreta foi abandonada em Três Cachoeiras e o caminhão foi abordado na cidade de Tramandaí.
Os agentes da Polícia Civil descobriram um esquema suspeito composto por um frigorífico em Oásis, dois açougues/supermercados em Imbé e Tramandaí e uma pousada também no município de Tramandaí. Os policiais identificaram a forte suspeita de tudo ser controlado por um empresário gaúcho, que comandou esquema organizado de venda de grandes quantidades de carnes roubadas.
O empresário, segundo as suspeitas iniciais das investigações, teria contratado quatro homens catarinenses (três maiores de idade e um adolescente), três gaúchos do município de Uruguaiana (dois maiores e um adolescente) e uma adolescente, de 16 anos e outro homem o pai dessa jovem para realizar as ações. Para diminuir os riscos de ser identificado, o empresário teria agrupado quatro catarinenses para, mediante promessa de pagamento de R$ 3 mil por pessoa, transportar uma carga roubada.
Segundo os indícios verificados, a jovem de 16 anos serviria de isca, para logo após a parada do veículo, o assalto ocorrer, e depois a carne ser colocada em um verdadeiro sistema para ter aparente legalidade. O esquema consistia em tentar obter somente cargas com preço elevado, e depois colocar no frigorífico para ter aparência legal e assim ir para o varejo nos dois açougues do empresário. Na sequência parte da carga poderia ser distribuída em Porto Alegre, já com aparência de legalidade. A rota da carne era de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, no município de Nova Santa Rita.
O Diretor de Investigações do Denarc, delegado Mario Souza, afirmou que “em uma ação na busca por uma carga de droga, uma grande carga de carne roubada e um grupo especializado é preso, com certeza a sociedade ganha e o crime organizado perde”.
Souza esclareceu que “essa investigação já esta sendo, obviamente, compartilhada com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), para que Delegacia de Cargas aprofunde mais essas investigações”.
As informações são do Correio do Povo.