O macrozoneamento do Plano Diretor foi apresentado pelo arquiteto da Prefeitura, Marcelo Koch, e coordenador técnico do Plano. Antes de sua exposição, a geóloga Maria Elizabeth da Rocha apontou as ocorrências naturais em Torres, mostrando as áreas baixas, altas, arenosas, de dunas, zonas de conservação, entre outras. Com a ajuda de um power point que exibia mapas contendo a área territorial, inicialmente o arquiteto destacou que mais de um terço de todo o território é de perímetro urbano e de maneira bastante desconcentrada. Conforme explicou, a área urbana sendo muito espalhada, significa grande custo para manter a infraestrutura do município. “Para melhor viabilizar o desenvolvimento do município deve-se priorizar os vazios internos”, disse.
A complexidade do tema foi constatada pelo público diante do Plano contemplar leis federais, estaduais e municipais. Principalmente no que se refere ao meio ambiente, a questão de regramentos foi bastante debatida. Áreas preservadas como o Parque Estadual da Itapeva, lagoas das Praias do Sul, as zonas de amortecimento, o Rio Mampituba, a localização do aeroporto foram discutidas. Também foram tratadas itens referentes à beira-mar, questões viárias, mobilidade urbana, entre outros. Alguns populares indagaram pontualmente sobre o macrozoneamento industrial. Marcelo respondeu que a tendência é de localizar-se junto à BR 101 em São Brás e parte do Campo Bonito. Participaram da audiência, secretários municipais, o presidente da Câmara de Vereadores, Dê Goulart, os vereadores Davino e a professora Lú, lideranças de diferentes segmentos da sociedade, presidentes de entidades, líderes comunitários e a presença marcante de ambientalistas e corretores de imóveis.
O trabalho realizado pela equipe de técnicos da Prefeitura e arquitetas do Instituto de Arquitetos do Brasil, no caso, Vera Prates e Lia Zortéa, foi bastante elogiado durante as manifestações. O engenheiro aposentado Arno Trapp, residente em Torres e Porto Alegre, como diz, destacou a importância de se planejar a cidade para o futuro. Lembrou que as perimetrais de Porto Alegre foram previstas pelo prefeito José Loureiro da Silva que teve o último mandato entre 1960 e 1964. Embora essa audiência pública tivesse como propósito tratar do macrozoneamento, alguns participantes preocuparam-se em remeter o tema para a edificação nas Zonas oito e nove. O surfista Marcel de Rose reforçou sua posição contrária à construção de prédios neste espaço. De outro lado, o advogado e corretor Eduardo Capelani manifestou-se favorável à construção vertical na área. Para o secretário municipal do Planejamento e Participação Cidadã, Carlos Cechin, o encontro foi positivo porque confirmou a participação popular.





















