Por um punhado de dólares
A expressão “celebridade instantânea” refere-se geralmente a uma pessoa anônima que ganha certa notoriedade de maneira repentina, por vezes devido a algum escândalo, programa televisivo ou algum fato de grande cobertura na mídia, como o caso dos fenômenos da Internet. Como a fama vem de maneira repentina, tais celebridades têm dificuldade de se manter na mídia durante muito tempo, voltando ao anonimato da mesma maneira que saíram dele.
A moda, agora, para conquistar o esses quinze minutos, para transfigurar-se em “celebridade instantânea”, é colocar Deus em discussão, através de edições que – acreditem! – se tornaram best-sellers: Deus, um delírio, do biólogo Richard Daekins, e Deus não é grande, do jornalista ChristopherHitchens.
Essa postura não é novidade. O filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 Richard Daekins – Weimar, 25 de Agosto de 1900), crítico da cultura ocidental e suas religiões e, consequentemente, da moral judaico-cristã, quis ser o grande “desmascarador” de todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos, por trás das grandes e pequenas verdades melhor assentadas, por trás dos ideais que serviram de base para a civilização e nortearam o rumo dos acontecimentos históricos. E assim a moral tradicional, a religião e a política não são para ele nada mais que máscaras que escondem uma realidade inquietante e ameaçadora, cuja visão é difícil de suportar.
A moral, seja ela kantiana ou hegeliana, e até a catharsis aristotélica são caminhos mais fáceis de serem trilhados para se subtrair à plena visão autêntica da vida.
Nietzsche golpeou violentamente essa moral, sobretudo a religiosa, com seus aforismos: “Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? – Vitória!”. “O Evangelho morreu na cruz.” “O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo”. “A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade”.
Com efeito, Nietzsche, não apenas conquistara a imortalidade, procurou arrancar e rasgar as mais idolatradas máscaras. Mas a questão é: que máscaras são essas?
A soberba e o orgulho, aliados, reconheça-se ao eruditismo científico de Richard Daekins e à inteligência de ChristopherHitchens angariaram em prol dessas celebridadezinhas instantâneas (das quais em alguns pares de anos nem mais saberemos quem foram) alguns milhões de dólares em suas respectivas contas bancárias e os tão buscados quinze minutos de fama. Foram, de igual forma, a soberba e o orgulho que lhes impediram de reconhecer que, infinitamente acima das suas, há uma Suprema Inteligência que gerou este e outros inumeráveis Universos.