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Por um punhado de dólares

A expressão “celebridade instantânea” refere-se geralmente a uma pessoa anônima que ganha certa notoriedade de maneira repentina, por vezes devido a algum escândalo, programa televisivo ou algum fato de grande cobertura na mídia, como o caso dos fenômenos da Internet. Como a fama vem de maneira repentina, tais celebridades têm dificuldade de se manter na mídia durante muito tempo, voltando ao anonimato da mesma maneira que saíram dele.

Apesar de ser algo típico do fim do século XX e começo do XXI, o fenômeno em questão foi profetizado por uma frase de Andy Warhol. Disse ele: “um dia, todos terão direito a quinze minutos de fama”.

A moda, agora, para conquistar o esses quinze minutos, para transfigurar-se em “celebridade instantânea”, é colocar Deus em discussão, através de edições que – acreditem! – se tornaram best-sellers: Deus, um delírio, do biólogo Richard Daekins, e Deus não é grande, do jornalista ChristopherHitchens.

Essa postura não é novidade. O filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 Richard Daekins – Weimar, 25 de Agosto de 1900), crítico da cultura ocidental e suas religiões e, consequentemente, da moral judaico-cristã, quis ser o grande “desmascarador” de todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos, por trás das grandes e pequenas verdades melhor assentadas, por trás dos ideais que serviram de base para a civilização e nortearam o rumo dos acontecimentos históricos. E assim a moral tradicional, a religião e a política não são para ele nada mais que máscaras que escondem uma realidade inquietante e ameaçadora, cuja visão é difícil de suportar.

A moral, seja ela kantiana ou hegeliana, e até a catharsis aristotélica são caminhos mais fáceis de serem trilhados para se subtrair à plena visão autêntica da vida.

Nietzsche golpeou violentamente essa moral, sobretudo a religiosa, com seus aforismos: “Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? – Vitória!”. “O Evangelho morreu na cruz.” “O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo”. “A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade”.

Com efeito, Nietzsche, não apenas conquistara a imortalidade, procurou arrancar e rasgar as mais idolatradas máscaras. Mas a questão é: que máscaras são essas?

A soberba e o orgulho, aliados, reconheça-se ao eruditismo científico de Richard Daekins e à inteligência de ChristopherHitchens angariaram em prol dessas celebridadezinhas instantâneas (das quais em alguns pares de anos nem mais saberemos quem foram) alguns milhões de dólares em suas respectivas contas bancárias e os tão buscados quinze minutos de fama. Foram, de igual forma, a soberba e o orgulho que lhes impediram de reconhecer que, infinitamente acima das suas, há uma Suprema Inteligência que gerou este e outros inumeráveis Universos.

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