Ciclone bomba no RS? MetSul explica cenário meteorológico
A possibilidade de um ciclone bomba no Rio Grande do Sul tem sido amplamente discutida, gerando dúvidas e expectativas.
Recentemente, alguns modelos de previsão do tempo, que são simulações por computador das futuras condições atmosféricas, chegaram a indicar uma ciclogênese explosiva ao Leste do Uruguai e ao Sudeste do Rio Grande do Sul. No entanto, previsões atualizadas não mantiveram essa projeção.
Segundo a MetSul Meteorologia, essa possibilidade foi inicialmente sugerida por uma saída isolada do modelo europeu, que indicou um ciclone bomba próximo ao RS para terça-feira (12).
No entanto, nas atualizações de quinta, sexta e também neste domingo, nenhum dos modelos meteorológicos – incluindo o europeu, o norte-americano GFS, o canadense e o alemão Icon – indicou a formação de ciclone bomba na região.
Na quinta-feira à noite, em uma nota publicada na rede social X, a MetSul informou ao público sobre a situação, destacando que as notícias que circulavam na mídia nacional sobre um ciclone bomba eram infundadas.
Na mensagem, eles esclareceram que as imagens circulando nas redes sociais eram geradas por computação gráfica e inteligência artificial, e que não havia consenso nos dados dos modelos para justificar um alerta de ciclone.
A MetSul explicou que, para fenômenos extremos como um ciclone bomba, é necessário um consenso entre múltiplos modelos de previsão para que um aviso público seja emitido.
A ausência de dados consistentes sobre a formação do ciclone levou a MetSul a concluir que as projeções iniciais não se sustentaram e que, no momento, não há previsão de formação de ciclone próximo ao Sul do Brasil.
Além disso, em uma nova atualização na sexta-feira, a MetSul reforçou a informação, desmentindo a possibilidade de um ciclone bomba para a próxima semana.
A previsão atual é de ingresso de ar de alta pressão e mais frio, o que é contrário às condições necessárias para a formação de um ciclone, que ocorre em áreas de baixa pressão.
Embora ciclones extratropicais sejam comuns no Sul do Brasil e possam ocorrer em qualquer época do ano, os ciclones bomba – que se caracterizam por uma queda da pressão atmosférica de ao menos 24 hPa em 24 horas – são eventos mais raros e costumam se formar em latitudes mais altas, mais distantes do território brasileiro.
Mesmo assim, casos excepcionais como o de 2020 mostraram que é possível a formação de ciclones bomba na costa do Sul do Brasil, embora eles sejam mais prováveis durante os meses frios.
Neste momento, as informações mais recentes dos modelos meteorológicos indicam que não há qualquer previsão de ciclone, muito menos um ciclone bomba, para a próxima terça-feira no Rio Grande do Sul.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp