Pra quem gosta de sacanagem

O noticiário econômico, político, diplomático teve “pano para manga” esta semana. Afinal de contas, nada melhor que uma sacanagem, não é?

Naturalmente, as pessoas já são atraídas por escândalos e assuntos relacionados com a vida dos outros, agora quando tem uma sacanagem no meio, então! Vocês mesmos, que estão lendo este texto, provavelmente o fazem porque eu coloquei um título um tanto inusitado. Garanto que se o título fosse “Escândalo do Diretor Financeiro do FMI” ninguém se daria ao trabalho de ler, não é mesmo?!

Bom, de fato o mercado acordou na segunda-feira tentando entender o que havia acontecido. Os críticos de plantão, acostumados a andar com pedras nas mãos, logo saíram atirando. Mas quem não tem pecado que atire a primeira pedra.

De fato, o “distinto” senhor, ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, fez algo que merecia atenção. Para os mais desavisados vamos a uma pequena síntese: Uma camareira de um hotel megaluxuoso de Nova Iorque acusa o Sr. Strauss-Kahn de agressão sexual e tentativa de estupro. Como resultado Strauss-Kahn, que era cotado para assumir o comando geral do FMI, teve de renunciar.

No entanto, o assunto tem uma série de pontos estranhos, vejamos:

1º) o ex diretor foi detido pela polícia de Nova York no sábado a bordo de um voo da Air France minutos antes de a aeronave decolar para Paris, tendo abandonado alguns pertences no hotel. Por que sair correndo do hotel? Onde tem fumaça tem fogo, não é?

2º) especulações dão conta de que Strauss-Kahn havia sugerido certa vez, a troca de uma entrevista por trocas sexuais para uma jornalista.

Dá para imaginar que de santo esse Strauss não tem nada.

Mas não para por aí as estranhezas do caso. Acredito que soa um tanto estranho que uma camareira possa entrar sozinha em um quarto de uma das pessoas mais vigiadas do planeta. Isso inclusive é contra as práticas dos grandes hotéis de Nova Iorque, que tem “brigadas de limpeza” de pelo menos 2 pessoas.

A camareira alega que entrou no quarto para fazer a arrumação imaginando que o mesmo estaria desocupado, sendo surpreendida por Strauss-Kahn, que teria trancado a porta e a obrigado a praticar sexo oral e anal. Ela alega ainda que teria cuspido o esperma de Strauss-Kahn depois que ele a obrigou a praticar sexo oral.

Olha, acreditar que o Sr. Strauss-Kahn, de 62 anos, conseguiu manter a vítima presa no quarto e fazer tudo isso sem o consentimento da mesma me parece um tanto quanto superestimar o potencial deste senhor. Bom, só quis expor o caso porque como todo mundo, também fiquei intrigado. Tudo muito estranho, mas o fato é que a notícia abalou os pilares do todo poderoso FMI.

O mercado (a bolsa) parece também estar de sacanagem com os investidores. Um sobe e desce sem muita consistência e definição. Está parecido com essa história do Strauss-Kahn, “sem pé nem cabeça”, nas mesas se comenta que a bolsa está chata, rançosa, murrinha. Tudo isso até é verdade, mas vale salientar que desde o início do ano muitos ativos até então ditos como de primeira linha (tipo o ex diretor do FMI) acumulam fortes quedas – Vale, Petrobras, os grandes bancos, as grandes siderúrgicas e até as ações das grandes construtoras.

Nesses momentos chatos e “murrinhas” surgem excelentes oportunidades! Se conselho fosse bom a gente não dava, mas cobrava. Ainda assim me arrisco a dar 2 conselhos aqui. O primeiro para o Sr. Strauss-Kahn: que leia o livro “50 coisas para se fazer em um quarto de hotel que não vão te levar preso” (50 Things to Do in a Hotel Room That Won't Get You Arrested) de Marcus Weeks; o segundo é para todos aqueles que pensam em investir em ações: seja rápido, agora é a hora, o mercado muda rápido de humor, vale ficar de olho.