Prefeitura estimula controle biológico nas lavouras de milho em Torres
Quem já usa o sistema revela bons resultados. José Magnus da Luz é pioneiro em Torres no uso do controle biológico com as vespas. Ele aceitou usar as cartelas e garante que os resultados já são positivos. Na produção transgênica, praticamente não há ocorrência da lagarta, mas o agricultor sai com prejuízo devido o custo, que 3 vezes mais caro que o sistema com as vespas.
“Com a utilização dos ovos de vespa, além da garantia de boa produtividade, o valor do controle é mais em conta”, ressalta o produtor. Outro benefício é o ambiental, pois a técnica dispensa o uso de agrotóxicos. “Meu trabalho diminuiu, pois até agora, só precisei ir à lavoura para destacar a cartela com os ovos e acompanhar o crescimento do milharal”, comemora.
O experimento começou a ser utilizado no município este ano. Técnicos da Secretaria Municipal de Interior e Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca e da Emater/RS-Ascar, em visita à Expoagro no ano passado, tiveram conhecimento dos bons resultados deste tipo de controle biológico na região de Passo Fundo.
“Como os resultados pareceram satisfatórios, procuramos fazer uma campanha junto aos agricultores locais e testar a técnica aqui”, explica o secretário José Vargas Peres. Três produtores concordaram com experimento, mas hoje, novos interessados estão surgindo. “Ao ver o resultado nas plantações com controle biológico é natural que surjam novos adeptos a técnica”, comenta o secretário.
A lagarta do cartucho é hoje um dos principais problemas relacionados à cultura do milho. O inseto-praga ataca as folhas ainda no estágio inicial de dese nvolvimento da planta, prejudicando as lavouras. O combate à praga se dá através da vespa que, quando adulta, procura os ovos das mariposas para fazer suas posturas, impedindo o desenvolvimento da lagarta.
Como o período de vida da vespa adulta no campo é de apenas três dias, o controle biológico evita também o desequilíbrio ambiental. Para que a técnica funcione, é necessário aplicar os ovos entre dez a quinze dias após a germinação da planta.
O custo de cada cartela, que corresponde ao necessário para um hectare, é de R$ 20, e pode ser adquirido através de encomenda no escritório da Emater/RS-Ascar de Torres.