Presença do mosquito Maruim no litoral do RS eleva alerta para Febre do Oropouche: Pernambuco registra óbito fetal relacionado
A presença do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como “maruim” ou “mosquito-pólvora”, já foi confirmada no litoral norte do Rio Grande do Sul após análises laboratoriais recentes.
Este inseto é o principal vetor do vírus Oropouche (OROV), causador da Febre do Oropouche.
Preocupações no Litoral Norte do RS
Identificado pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-RJ), o mosquito foi encontrado nos municípios de Mampituba, Três Forquilhas, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné e Terra de Areia.
Apesar da confirmação da presença do mosquito, ainda não há casos confirmados da Febre do Oropouche no estado.
Esse mosquito, que mede até 3 milímetros, prolifera em áreas com acúmulo de material orgânico e umidade, comuns em regiões de cultivo de bananas, causando preocupação à Secretaria Estadual da Saúde (SES) e à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Óbito Fetal por Transmissão Vertical em Pernambuco
O Ministério da Saúde confirmou um caso de óbito fetal causado por transmissão vertical de febre do Oropouche, ocorrido em Pernambuco.
A grávida, de 28 anos, estava na 30ª semana de gestação quando o vírus foi transmitido ao bebê, resultando no óbito fetal.
Segundo o ministério, outros oito casos de transmissão vertical de Oropouche estão sob investigação: quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Destes, quatro evoluíram para óbito fetal e quatro apresentaram anomalias congênitas, como microcefalia.
Situação Epidemiológica e Monitoramento
Até o dia 28 de julho, foram registrados 7.286 casos de Oropouche em 21 estados brasileiros, com a maioria dos casos concentrados no Amazonas e em Rondônia.
Um óbito em Santa Catarina também está sob investigação.
Recentemente, os dois primeiros óbitos pela doença no Brasil foram confirmados, ocorrendo no interior da Bahia.
A transmissão do vírus ocorre principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis no ciclo silvestre, onde bichos-preguiça e primatas não humanos são hospedeiros.
No ciclo urbano, humanos são os principais hospedeiros, com o mosquito Culex quinquefasciatus também atuando como vetor.
Medidas de Prevenção e Enfrentamento
O Ministério da Saúde está monitorando a situação do Oropouche em tempo real através da Sala Nacional de Arboviroses.
Nos próximos dias, será publicado o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, que incluirá orientações sobre análise laboratorial, vigilância e assistência em saúde, especialmente para gestantes e recém-nascidos.
As recomendações incluem o uso de roupas compridas, sapatos fechados e repelentes, além de medidas de proteção coletiva, como limpeza de terrenos e locais de criação de animais, e uso de telas de malha fina em portas e janelas.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico de risco alto para a Febre do Oropouche nas Américas, devido a recentes mudanças nas características clínicas e epidemiológicas da doença.
O alerta considera as duas mortes confirmadas na Bahia e a potencial transmissão vertical do vírus.
Orientações para a População
Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular e articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos, a orientação é procurar atendimento médico. Gestantes devem informar os profissionais responsáveis pelo acompanhamento pré-natal sobre qualquer sintoma compatível com arboviroses.
A prevenção é fundamental para evitar a propagação do vírus Oropouche e proteger a saúde pública. Fique atento às recomendações das autoridades de saúde e adote as medidas de proteção necessárias para combater a proliferação dos mosquitos transmissores.
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