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Presidente da Infraero afirma que Airbus pousou na velocidade correta

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira,  disse hoje (19) que somente a análise da caixa-preta do Airbus A320 da TAM que se chocou contra um terminal de cargas da própria empresa após uma tentativa mau-sucedida de pousar no Aeroporto Internacional de Congonhas (zona Sul de São Paulo) vai revelar as causas do acidente.

“O avião pousou normalmente, na velocidade correta e no ponto certo. Os controladores de vôo perceberam e as imagens mostram isso. Imediatamente após tocar a pista, alguma coisa aconteceu. Quero saber o que aconteceu que o avião voltou a acelerar”.

Segundo Pereira isso não acontece por milagre, mas sim porque o piloto empurrou [aumentou] a potência do motor. “Por que ele precisava arremeter [interromper a operação de pouso e se preparar para subir novamente] ? Só a caixa-preta vai dizer. Eu não vou me aventurar a dizer o que aconteceu dentro da cabine daquele avião”.

Segundo o brigadeiro, arremetidas são um procedimento “absolutamente normal” na aviação. Mesmo assim, Pereira diz que como o avião chegou a pousar e percorrer um extenso trecho da pista principal do aeroporto, o normal seria que ele tivesse desacelerado. “Evidente que alguma coisa fez com que aquele avião não desacelerasse”.

O brigadeiro fez um paralelo com um automóvel para explicar suas dúvidas. “O que leva um carro a não desacelerar em um terreno plano? Só se o motor estiver funcionando e o motorista mantiver a aceleração do carro. É a mesma coisa em um avião”, explicou, voltando a destacar que a questão é descobrir porque o piloto teria tentado arremeter.

Ao ser entrevistado no saguão do aeroporto, em São Paulo, onde acompanha os trabalhos de investigação do acidente, Pereira afirmou que não se pronunciou antes por “razões institucionais”. Segundo ele, a pista principal de Congonhas permanecerá fechada até que os órgãos responsáveis por investigar as causas do acidente concluam a perícia do local. Segundo ele, as explicações terão de ser dadas pelas entidades que investigam o acidente. “Em aviação, tudo tem explicação”.

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