TORRES, RS, BRASIL, Praia da Guarita. Foto Eduardo Seidl/Palácio Piratini
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Pressão imobiliária ameaça Parque da Guarita em Torres, afirmam especialistas

Ambientalistas e especialistas criticam projeto de construção de dois prédios de 14 andares nas proximidades do Parque Estadual da Guarita, em Torres.

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A proposta, batizada de Guarita Park Home Resort, foi protocolada pela construtora R. Dimer em maio deste ano e está sob análise da prefeitura da cidade no Litoral Norte.

No entanto, o município aguarda a entrega de estudos de impacto ambiental por parte da incorporadora.

A construção está prevista para ocupar o terreno do antigo Guarita Park Hotel, que possuía apenas três pavimentos.

Com duas torres de 44 metros de altura cada, o empreendimento será erguido entre as ruas Alfieiro Zanardi, Boa Vista, Araribóia e São Francisco de Assis, no bairro São Francisco.

Segundo o plano, o local integrará tanto áreas privativas quanto espaços de uso comum, além de oferecer paisagismo e infraestrutura de lazer.

Feira dos Retalhos

A verticalização da área sensível gerou polêmica entre ambientalistas. Lara Lutzenberger, presidente da Fundação Gaia e filha do ambientalista José Lutzenberger — idealizador do Parque da Guarita na década de 1970 —, declarou que o empreendimento marcará o início de uma verticalização que pode prejudicar o equilíbrio da região.

— O bairro ainda preserva construções de baixo porte. Iniciar a construção de prédios altos ali é um erro que jamais deveria ocorrer. O impacto ecológico e paisagístico será grave — alertou Lara.

Ela também destacou que o adensamento urbano traria problemas como excesso de lixo, efluentes e aumento na circulação, dificultando a mobilidade local e sobrecarregando a infraestrutura pública.

Christian Linck da Luz, biólogo e presidente da ONG Onda Verde, concorda. Ele salientou que o Parque da Guarita é uma área ambiental única, parte do território do Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, que possui morros preservados por milhões de anos.

Pressão imobiliária ameaça Parque da Guarita em Torres, afirmam especialistas

“Apesar de o título de geoparque não proibir construções, é necessário ponderar o impacto de cada intervenção,” afirmou Luz, mencionando que o projeto pode alterar o fluxo de vento e afetar a fauna migratória.

Construtora Responde

A construtora R. Dimer, por sua vez, defendeu o projeto, alegando que a construção atende às diretrizes do novo Plano Diretor de Torres.

Em nota, a empresa destacou que o projeto foi “amplamente debatido” durante a aprovação do plano urbanístico e segue padrões de sustentabilidade.

Star Proteção Veicular

“A proposta está dentro dos limites legais e foi projetada com dimensões menores que o máximo permitido,” informou a construtora.

A empresa ainda ressaltou que o empreendimento recebeu elogios de investidores e parte da comunidade. “Estamos abertos ao diálogo, mas repudiamos informações inverídicas que circulam e analisaremos medidas legais se necessário,” concluiu a nota.

Ato Simbólico

Para protestar contra o empreendimento, moradores e ativistas ambientais programaram um abraço simbólico ao Parque da Guarita para este sábado (19), às 10h.

A iniciativa busca sensibilizar a comunidade e pressionar a administração municipal a reavaliar a viabilidade da construção.

A prefeitura de Torres informou que a análise do projeto está em andamento desde maio e aguarda os estudos de impacto ambiental e de vizinhança para decidir o futuro do empreendimento.

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