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Produtores intensificam colheita e plantio de culturas no Rio Grande do Sul

A colheita do trigo segue com um ritmo acima da média. Segundo o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, nesta semana os produtores colheram 79% do total da área plantada, obtendo boas produtividades. Com as condições meteorológicas beneficiando a cultura na parte final do desenvolvimento e maturação, a qualidade final do grão também tem se mostrado superior, com muitas cargas atingindo, na média, PH próximo a 80.

Já os produtores de arroz, feijão, milho e soja seguem com o plantio. A safra 2010/11 de arroz se encontra com 97% do total da área prevista já implantada, bastante à frente em relação aos anos anteriores.

Já poderia estar terminado, não fossem algumas dificuldades enfrentadas pelos agricultores com a falta de umidade em determinadas zonas de produção. Quanto ao padrão das lavouras já plantadas, algumas apresentam falhas ou desenvolvimento inicial desuniforme, justamente devido à falta de umidade adequada quando do plantio.

Feijão
A lavoura do feijão chega aos 90% da área estimada para essa safra. O desenvolvimento geral da cultura é regular neste momento, em razão da menor umidade registrada até o início da semana e da ocorrência de temperaturas mais baixas à noite em algumas áreas. Nesse período, boa parte das lavouras entrou em fase de floração (22%), fase mais sensível e considerada crítica para determinar o tamanho da produção.

Milho
Os produtores de milho seguem com o processo de plantio, porém com um ritmo mais lento nos últimos dias. Nessa semana, o percentual avançou dois pontos em relação à semana anterior, chegando a 74% do total previsto, com 58% em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. No momento, o que preocupa é a possível falta de umidade para as lavouras que começam, a partir de agora, a entrar em fase de floração com mais intensidade.

Soja
A safra 2010/2011 da soja alcança, nesta semana, 50% do total da área já semeada, apesar da condição inadequada de umidade em determinados momentos. Como consequência, em casos pontuais, a germinação começa a ocorrer de maneira mais lenta e irregular, deixando falhas nas lavouras. Essa situação tende a aparecer de forma mais frequente em lavouras semeadas recentemente, em especial naquelas localizadas na região da Campanha e parte da Fronteira Oeste, regiões onde a estiagem se mostra mais forte.

Mercado
Apesar do clima não ser propício para os grãos de verão, alguns estão com boa cotação no mercado. O milho atravessa um bom momento na comercialização dos estoques, com as cotações valorizadas em relação aos anos anteriores. Nesta semana, a cotação média da saca de 60 kg, em âmbito estadual, teve elevação de 2,76%, passando para R$ 21,95. A atual cotação é 14,92% maior do que a conseguida pelo produtor há um ano nesta mesma época. Em 30 dias a valorização foi de 8,45%.

Os negócios com o feijão permanecem aquecidos em relação a preços, mas sendo realizados em ritmo menor, em decorrência do pouco estoque em mãos dos produtores. Nesta semana, no RS, o valor médio da saca de feijão preto recebido pelos agricultores foi de R$ 84,09, subindo 0,54% em relação à passada, mantendo a tendência altista, pelo menos até a entrada no mercado, da produção desta safra.

Assim como o milho e outras commodities, a soja também atravessa um momento de valorização no preço da saca de 60 kg. Embora não alcance o nível registrado ano passado, quando o produto foi objeto de forte especulação, hoje ele se situa em patamar acima da média. Nesta última semana, a variação ficou em 0,89% para mais, fixando o preço médio para o produtor em R$ 42,94. Se considerado apenas os últimos 30 dias, o ganho foi de 7,19%.

Hortigranjeiros
Esta semana apresentou fortes precipitações e enxurradas, especialmente na Zona Sul do Estado, além de forte queda de granizo, que se distribuiu em faixas de abrangência irregular, danificando, em algumas áreas específicas, frutas e olerícolas. As perdas ainda não foram estimadas, mas segundo as primeiras informações, ocorreram em hortas e pomares de pêssegos na região Sul, em parreirais na Serra e Campos de Cima da Serra, assim como em canteiros com hortaliças. Muitas áreas de produção de olerícolas cultivadas em cobertura tiveram suas estruturas danificadas.

Na região serrana, a colheita da safra do moranguinho nas áreas mais baixas já alcança 80%, enquanto que a parte de altitudes maiores atinge 50%. As plantas se mantêm com bom aspecto geral, sem maiores problemas de pragas ou fitomoléstias. As frutas estão com intensa coloração, bom calibre e sabor. Os preços médios na propriedade se encontram entre R$ 3,00/kg e R$ 5,00/kg.

Pastagens
As chuvas ocorridas na última semana foram esparsas e de intensidade variável. Em alguns municípios do Estado, houve a ocorrência de granizo, que danificou algumas lavouras que serão utilizadas para a produção de silagem, especialmente milho e sorgo. De modo geral, os solos ainda possuem umidade para manter a taxa de crescimento das pastagens anuais de verão (milheto, sorgo forrageiro e aveia de verão), permitindo o pastejo direto.

Leite
Apesar dos sintomas de deficiência hídrica se acentuarem em muitas regiões produtoras de leite, os criadores continuam realizando os serviços de preparo do solo e implantação das pastagens anuais e perenes de verão. Devido à entressafra de pastagens, como a aveia e o azevém, muitos agricultores estão complementando a alimentação dos animais com silagem, fenos e rações, o que eleva os custos de produção. No período, os preços por litro de leite recebido pelos agricultores variaram entre R$ 0,48 e R$0,68/litro, dependendo da quantidade e da qualidade do produto. Permanece a tendência de baixa de preço do leite, na maioria das regiões.

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