Programa Estadual de Irrigação começa fase prática no RS
O Projeto Estadual de Irrigação começa a sua fase prática no Rio Grande do Sul. A primeira etapa, de planejamento e organização, treinou, no ano passado, 350 técnicos da Emater-RS, que repassaram os conhecimentos sobre irrigação a mais de 12 mil agricultores. Agora, começa a etapa mais visível das ações, com a implantação de 313 projetos para a construção de açudes e cisternas em todas as regiões do Estado.
Numa primeira fase, 42 municípios gaúchos serão beneficiados. Serão 184 projetos de açudes barrados, 47 de açudes escavados e 182 projetos de cisternas. “Isso corresponde a cerca de um milhão de metros cúbicos de água e a três mil hectares de irrigação”, calcula o presidente da Emater-RS, Mário Nascimento. O secretário de Irrigação, Rogério Porto, lembra que o programa prevê a construção de cinco mil açudes e duas mil cisternas no Estado até o primeiro semestre de 2009. O investimento total do governo do Estado será de R$ 10,8 milhões em açudes e R$ 1,9 milhão em cisternas.
Prioridade entre as ações do governo do Estado, a irrigação é um dos 12 programas estruturantes em implantação no RS. O programa “Irrigação é a Solução”, tem o objetivo de amenizar os prejuízos de estiagens e garantir a competitividade e o crescimento do Estado. Ele prevê a construção de barragens, açudes e cisternas para o acúmulo de água, além da capacitação dos agricultores nas técnicas de produção irrigada. O investimento previsto no programa, até 2010, é de R$ 216 milhões.
Parceria
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, comandada por João Carlos Machado, que participa do programa cedendo máquinas e perfuratrizes, espera que estas ações minimizem a interferência do tempo já na próxima safra. Os açudes são especificamente destinados à irrigação de lavouras e para o pasto que alimenta o rebanho gaúcho. A construção dos açudes e cisternas conta com 80% dos investimentos bancados pelo Estado (40%) e prefeituras (40%) e 20% pelos produtores.
Nova safra recorde
A maior estrutura hídrica no Estado é um dos motivos que faz o secretário da Agricultura apostar em uma nova safra recorde de grãos. No ano passado, a colheita histórica de 24 milhões de toneladas foi alcançada com a ajuda do tempo, que teve chuva e sol nas horas certas. Este ano, secas localizadas na região Noroeste e granizo no Litoral Norte e Vale dos Sinos diminuíram os resultados no campo para 22,5 milhões de toneladas de grãos, a segunda maior da história.
“A recuperação da renda do produtor com as duas últimas boas colheitas permitirá um maior investimento em tecnologia, como a irrigação”, explica Machado. O único obstáculo, segundo ele, são os preços dos insumos. Em um ano, o adubo subiu cerca de 250% e a uréia 160%.