Vida & Saúde

Projeto cria Comitês Municipais de Prevenção à Mortalidade por Câncer de Próstata

O PL 125 2008, de autoria do deputado Pedro Pereira (PSDB), cria Comitês municipais de informação e prevenção à mortalidade por Câncer de Próstata no Rio Grande do Sul. O parlamentar, que é médico, sustenta que a disseminação de informações pelos comitês é vital para acabar com preconceito e o “tabu machista” da não realização do exame de toque, ainda indispensável para o diagnóstico de anomalia na próstata.
 
Para Pereira , os comitês são destinados a informar, conscientizar e prevenir a comunidade sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. “É necessário que as pessoas tenham informações capazes de possibilitar a identificação de sintomas da doença ainda na fase inicial. Desta forma, após detectar o problema, poderá ocorrer o tratamento mais indicado”, alerta Pereira.
 
O parlamentar alerta que os exames preventivos periódicos como o toque retal, dosagem do PSA(Antígeno Específico da Próstata), pelo menos a partir dos quarenta anos, auxiliam na detecção precoce, visto que, qualquer alteração pode ser significativa e indicativa do sinal da doença, e da necessidade da realização de exames complementares, a exemplo da ultra-sonografia transretal, pielografia intravenosa, cistocopia e biópsia, contribuindo para a cura do câncer de próstata.
 
Pereira salienta ainda que a estrutura de atendimento à saúde da população é precária, fazendo com que pacientes do interior do Estado tenham que se deslocar para centros regionais mais equipados para a detecção e tratamento do Câncer de Próstata.
 
O parlamentar tucano disse que além da estrutura material para atender a população é necessário que existam profissionais qualificados para a realização do exame de toque.
 
Contraponto
O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Rio Grande do Sul, Milton Berger, parabenizou o parlamentar pela preocupação e interesse em tratar de problema de saúde tão importante para a população. “O câncer de próstata é o mais freqüente na população masculina e os maiores índices de incidência ocorrem, justamente, no sul do Brasil. Trata-se de uma doença que merece atenção especial. Esse projeto tem o mérito de realçar o problema e de desencadear uma ação pública no sentido de minorá-lo”, avaliou.
 
Para Berger, a criação de Comitês Municipais específicos para tratar de um único problema de saúde pode representar uma instância importante para a conscientização da população. “Entretanto, a rede pública de saúde deve proporcionar os meios para que o problema seja resolvido. Isto significa a disponibilização de profissionais, de consultas e de tratamentos como cirurgia e radioterapia. Uma ação coordenada com os gestores de saúde municipais e estaduais é fundamental”, frisou. Ele defendeu que políticas para a saúde do homem tenham um alcance e abrangência maiores, assim como um grande impacto social.
 
“A Sociedade Brasileira de Urologia e outras instituições de especialidades têm sido convocadas pelo Ministério da Saúde para tratar de uma política de atenção à saúde do homem. Talvez a Assembléia Legislativa Estadual possa ser pioneira no estabelecimento de políticas nesse sentido, liderando o processo junto aos gestores de saúde estaduais e municipais do sistema público de saúde”, concluiu Berger.
 
O deputado Pedro Pereira  reafirma que a intenção da criação desses comitês é, exatamente, a prevenção da doença que mais atinge os homens a partir de 40 anos no Brasil. Outras enfermidades, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e diabete melito, já contam com centros regionais para seu tratamento ou orientação sobre elas à população. O câncer de próstata carece exatamente disso. De divulgação a respeito de sua prevenção e dos riscos que oferece. Precisamos desmistificar o exame de toque e conscientizar os gaúchos da importância de fazê-lo.
 
“Mas reitero que, se for necessária a inclusão de novos termos ao projeto, como aumentar a abrangência dos problemas de saúde focados nos comitês, ou outra medida que surja para o bem da saúde da população, eu sempre estarei disposto a defender a alteração no texto original”, concluiu Pereira.

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