Projeto de R$ 6 bilhões do novo porto em Arroio do Sal desperta expectativas e controvérsias
Um ambicioso projeto de construção de um novo porto em Arroio do Sal, com um investimento estimado em R$ 6 bilhões, está avançando nas etapas burocráticas, o que impulsionará a economia do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
A proposta recebeu autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e está agora na fase inicial do processo de licenciamento ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O projeto, denominado Porto Meridional, já obteve aprovação da Secretaria Nacional de Portos e da Marinha, sendo homologado pela Antaq e recebendo o termo de referência do Ibama, que guiará os estudos ambientais.
Caso tudo ocorra conforme o planejado, os desenvolvedores esperam obter a primeira licença ainda em 2024.
O Porto Meridional, que contará com espaço para 10 navios, incluindo dois de cruzeiro, demandará cerca de R$ 1,3 bilhão para infraestrutura básica e R$ 4,7 bilhões para estruturas complementares.
A previsão é de geração de aproximadamente 2 mil empregos durante a construção e cerca de mil vagas ao longo da operação, se as obras começarem no início de 2025.
Prós e Contras do Projeto:
Vantagens:
Localização Estratégica: A proximidade com a Serra e a grande região exportadora gaúcha poderia agilizar e reduzir os custos logísticos para o escoamento da produção.
Manutenção Facilitada: Alega-se que haveria pouca deposição de material no canal, diferentemente do porto de Rio Grande, que exige dragagens frequentes.
Impacto Econômico: A instalação do novo porto poderia atrair novos empreendimentos e moradores, impulsionando a arrecadação do município e regiões vizinhas.
Desvantagens:
Acesso Viário: Seria necessário construir um acesso de cerca de 10 quilômetros até a BR-101, passando pela Estrada do Mar, levantando questões sobre impactos na infraestrutura existente.
Questões Ambientais: A área proposta para o porto é considerada sensível, com espécies ameaçadas, exigindo cuidados ambientais especiais.
Possível Impacto sobre Outros Portos: A implementação de um novo porto pode competir com os portos existentes, levantando preocupações sobre a eficiência e sustentabilidade do complexo portuário gaúcho.
O projeto tem dividido opiniões, com críticas vindas principalmente da Metade Sul do Estado, enquanto empreendedores e autoridades da Metade Norte veem o novo porto como uma oportunidade de aumentar a competitividade da região.
A disputa entre as regiões do Rio Grande do Sul reflete um cenário similar ao de Santa Catarina, onde a cidade de Itapoá experimentou um significativo crescimento após a construção de um porto em 2011.
O prefeito de Arroio do Sal, Affonso Flávio Angst, destaca o impacto inicial positivo, evidenciado pelo aumento no valor médio dos imóveis desde o início das discussões sobre o porto em 2020.
No entanto, desafios como a necessidade de tratamento de esgoto e ajustes no Plano Diretor precisam ser abordados para confirmar a viabilidade do projeto.
O debate sobre o Porto Meridional destaca a complexidade envolvida na busca por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, os impactos ambientais e as necessidades logísticas do estado.
O desfecho dependerá da avaliação cuidadosa de todas as partes interessadas e das autoridades competentes.
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