Protestos se intensificam contra despejo de esgoto no rio Tramandaí
Novos protestos foram registrados neste domingo (11) no litoral norte do Rio Grande do Sul, após o reinício das polêmicas obras de despejo de esgoto tratado no rio Tramandaí.
As atividades haviam sido temporariamente suspensas por uma liminar judicial, mas a decisão foi revertida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS), permitindo a retomada dos trabalhos realizados pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).
As manifestações ocorreram ao longo de vias movimentadas, como a Estrada do Mar, aproveitando o aumento de tráfego em razão do feriado.
A população local e veranistas intensificaram as ações para pressionar as autoridades e impedir a conclusão do projeto, que envolve a ampliação do sistema de esgoto sanitário em mais de nove quilômetros da bacia hidrográfica do rio Tramandaí, localizada no KM 30 da Rodovia RS 389.
O projeto prevê o descarte dos efluentes tratados diretamente no rio Tramandaí, uma medida que enfrenta forte resistência por parte da comunidade e ambientalistas.
O principal ponto de contestação é a ausência de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) detalhado e a falta de consultas prévias às comunidades diretamente afetadas.
Além disso, os opositores afirmam que a licença concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) foi baseada em dados incompletos e alegam que o tratamento de esgoto proposto não seria suficiente para garantir a segurança ambiental da região.
A comunidade local propõe alternativas mais seguras, como a construção de emissários submarinos que transportem os efluentes para serem descartados em áreas de mar aberto, longe das zonas costeiras e fluviais, e a implementação de sistemas de monitoramento e fiscalização em tempo real, que garantam a transparência do processo e a preservação do meio ambiente.
Os protestos contam com o apoio de diversas organizações ambientais e têm conseguido mobilizar um grande número de pessoas.
O MOVLN/RS já reuniu cerca de 15 mil assinaturas em uma petição online contra o projeto, disponível na plataforma Change.org, sob o título “Esgoto no Tramandaí, Não!”.
Mesmo diante da decisão judicial favorável à continuidade das obras, a comunidade promete manter a pressão sobre as autoridades e reivindicar soluções que protejam o ecossistema local.
A preocupação com a poluição do rio Tramandaí, que desempenha um papel crucial no equilíbrio ambiental do litoral norte gaúcho, motiva os manifestantes a seguir na luta por alternativas mais sustentáveis e seguras.
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