Quatro décadas sobre trilhos: a ferrovia que transformou o Litoral Norte
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Quatro décadas sobre trilhos: a ferrovia que transformou o Litoral Norte

Por quase quatro décadas, o Litoral Norte do Rio Grande do Sul contou com uma ferrovia estratégica para transporte de passageiros e mercadorias.

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Ligando Osório a Palmares do Sul, o trajeto proporcionava conexão com embarcações para outras cidades, permitindo que o viajante seguisse até Porto Alegre utilizando uma combinação de trilhos e águas.

A linha férrea de Osório a Palmares do Sul foi inaugurada em 1921 pela empresa Serviços de Transporte entre Palmares do Sul a Torres (STPT), percorrendo uma extensão de 53 quilômetros.

Antes dominado por carretas, o transporte de passageiros, mercadorias e até gado passou a ser feito por vagões, otimizando o comércio e a movimentação nas lagoas da região litorânea.

Operada pela STPT, a linha contava com cinco locomotivas, sendo a locomotiva número 200 conhecida como “Alemoa” por sua procedência, enquanto as outras quatro, fabricadas na Inglaterra, receberam os números 201 a 204.

Dr. Sander Fridman - 16/11

O porto de Osório, situado na margem da Lagoa do Marcelino, era o ponto de partida da ferrovia, com paradas na Estação Urbana no centro de Osório, e nas estações de Passinhos, Rancho Velho e Rio Palmares.

Um registro histórico da movimentação da ferrovia foi capturado pela Revista do Globo em 1929, que publicou uma imagem da estação de Palmares do Sul, mostrando vagões de madeira carregados e uma embarcação ao lado da locomotiva.

Este momento representa a intensidade do fluxo na época em que o sistema ferroviário estava em plena atividade.

Em dezembro de 1960, o complexo ferroviário e de navegação foi oficialmente desativado.

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Nos últimos anos, uma única locomotiva operava semanalmente, transportando cargas e poucos passageiros a 20 km/h.

Com a construção das rodovias, o “trenzinho” perdeu relevância, acumulando prejuízos que justificaram seu encerramento.

A locomotiva 203, fabricada pela Hunslet Engine Company em 1918, teve um destino diferente: foi preservada pelo empresário Lauro Febernatti e exibida no parque Pampas Safari, em Gravataí, por anos.

Em 2018, a peça foi doada pela família Febernatti ao município de Osório e, após restauração, foi colocada em frente ao Museu da Via Férrea em uma réplica da antiga Estação Urbana, celebrando a história da ferrovia.

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