Récorde – Jayme José de Oliveira
PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
RÉCORDE?
“O saber não melhora eticamente uma pessoa. Canalhas podem ser cultos e até refinados musicalmente. Ortografia não garante criatividade ou estratégia”. (Leandro Karnal)
Atenhamo-nos à palavra ignorante. Uma pessoa que ignora, que não teminstrução. Em alguns casos a palavra não possui sentido pejorativo – não precisa necessariamente pressupor tolo,inepto, imbecil – pode designar alguém que desconhece alguma coisa por não ter estudado a respeito e isto se aplica a qualquer pessoa. Ninguém no mundo é onisciente.
Como cirurgião-dentista, seria ignorante na eventualidade de desconhecer algo referente à minha profissão, contudo, não sou obrigado a conhecer os meandros dum cálculo estrutural, um engenheiro, sim.
Profissionais da TV, rádio, mídia impressa e que tais, quando desconhecem o vernáculo são ignorantes.
Por que gizo este fato? Ouço, vejo, leio palavras paroxítonas grafadas ou pronunciadas como se proparoxítonas fossem. A que mais me afeta, embora muito utilizada é rÉcorde, está errada. Outras tantas poderíamos citar, abundam.
Há anos, muitos, anda cursava a faculdade, um repórter cujo nome não lembro entrevistou um candidato a vereador em Porto Alegre.
– Qual o seu maior objetivo, se eleito?
– Vou apresentar um projeto de lei para acabar com o caÓs no Brasil.
O repórter apenas comentou:
– Vou pegar meu lapÍs e escrever no pÁpel: o ilustre candidato vai propor um projeto de lei para acabar com o caÓs no Brasil. Depois se jogará do caÍs.
Voltando ao rÉcorde, usado e abusado na Rede Globo, não será para evitar uma pronúncia que lembre a rival TV Record?
Quanto às demais, perfÓrmance, por exemplo, quando utilizadas por profissionais da mídia, trata-se de ignorância, no sentido pejorativo.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado