Remédios podem ser a causa de síndrome que matou 18 no Panamá
Especialistas panamenhos e norte-americanos aprofundaram as investigações sobre a síndrome que causou a morte de 18 pessoas no Panamá e estão analisando os remédios que as vítimas tomavam. O ministro da Saúde do Panamá, Camilo Alleyne, disse que é preciso determinar se algum remédio ou substância foi consumido por todas as vítimas. Até agora não foi encontrado nenhum ponto em comum.
Um medicamento genérico, o Lisinopril, foi tomado por seis das 28 pessoas que sofreram a síndrome. Apenas 10 pacientes ainda estão vivos. Dois dos que tomavam Lisinopril estão entre os mortos. O Lisinopril, segundo fontes ligadas ao fornecimento de remédios, viria de Cuba ou da Rússia, e teria efeitos colaterais.
Outra droga, identificada como Enalapril, foi utilizada por quatro pacientes. Outros sete utilizavam diuréticos.
– Todos os remédios serão analisadas, assim como qualquer outro fator que levante suspeitas – disse o ministro.
Nenhum remédio nem substância se repete nos 28 pacientes, explicou o ministro. Ele revelou além disso que os estudos de tecidos de rim e tecido nervoso demonstram lesões que sugerem efeitos tóxicos. Os pacientes em sua maioria superam os 60 anos e sofrem náuseas, diarréia e vômitos, além de apresentar diabetes, insuficiência renal e hipertensão arterial.
Exames de laboratório para detectar bactérias, vírus e outros micróbios deram resultado negativo. Por enquanto, segundo os critérios internacionais, não existe alerta de transmissão infecciosa da doença, disse Alleyne.
O número de vítimas mortais da síndrome, em sua maioria homens, chegou hoje a 18 com a morte de uma mulher de mais de 60 anos. Dos 10 pacientes vivos, três estão em ambulatórios, em recuperação, cinco hospitalizados estáveis e dois na sala de cuidados intensivos.