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Jayme José de Oliveira
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Requiem da Lava Jato – Jayme José de Oliveira

“É evidente como a história recente do Brasil (décadas) vem demonstrando que o empreguismo desmesurado contribui para a ineficiência e a corrupção”.

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São raros os eleitos que cumprem suas promessas de campanha de seguirem a cartilha que permita uma governança direcionada ao progresso do país e excludente do toma-lá-dá-cá nefasto.

O Ministério da Economia, a pedido do jornal O Estado de São Paulo, esclarece que o total de cargos e funções no executivo federal ultrapassa os 90 mil.

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É compreensível que os eleitos escolham para seus assessores diretos pessoas comprometidas com seu projeto político, ninguém seria insensato a ponto de colocar inimigos na trincheira.

Porém, convenhamos, é inconcebível que não encontrem elementos capacitados, honestos, incorruptíveis, entre os que apoiaram nas campanhas.

Requiem da Lava Jato - Jayme José de Oliveira
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Não podemos nos conformar que sejam preteridos pelos áulicos (puxa-sacos) ou predispostos a labutarem direcionando seus esforços para a consecução de projetos pessoais oudo agrado dos “donos da caneta”.

Lembro, a propósito, a resposta de Getúlio Vargas a um repórter que o inquiria sobre a capacidade de seus ministros:-“Alguns são incapazes mesmo, outros são capazes de tudo”.

Este preâmbulo se faz necessário antes de adentrar no labirinto representado pela mixórdia que caracterizou as últimas décadas da nossa História.

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Duas ditaduras de extrema ferocidade e desrespeito à nossa condição de cidadãos ansiosos por uma vida sem estarmos a mercê de uma ressurgida “Espada de Dâmocles”. Numa delas, a de Getúlio Vargas, na qual o simples fato de alguém se atrever a falar em alemão ou italiano, língua aprendida com seus antepassados era punida drasticamente com prisão, sem defesa, sem recursos jurídicos de qualquer espécie. A liberdade era concedida ao livre arbítrio de uma “otoridade” do mais ínfimo escalão.

Na segunda, a ditadura de 1964, autodenomimada como “Revolução Redentora”, prisões a granel, torturas e desaparecimentos. É bem verdade que o outro lado também não se constrangia em cometer excessos, inclusive assassinatos e conspirar para “cubanizar o Brasil”. Tempos duros, preso por ter cão, preso por não ter cão.

Uma luz no fim do túnel: “Diretas já” possibilitou o retorno da Democracia, contudo, acompanhada pela corrupção endêmica que culminou em dois processos de impeachment, de Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff. Seguiram-se o Mensalão, o Petrolão, as obras faraônicas executadas no exterior (América Latina e África) que catapultaram nossa dívida a alturas inimagináveis. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) encerra 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.

E sobreveio a Covid-19. Em 31 de dezembro de 2019 a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, República Popular da China. Era uma cepa (tipo) de coronavírus nunca antes identificado em seres humanos. Em 11 de março de 2020 chegou ao Brasil.

E aqui a consideraram uma “gripezinha”. O Kit-Covid, conjunto de medicamentos comprovadamente sem eficácia foi distribuído pelo governo Bolsonaro e seus adeptos. As vacinas foram desdenhadas. Se bem que nenhuma vacina proteja 100%, é a única arma que o mundo tem para controlar a pandemia. O resultado dessa decisão foi catastrófico, 694 mil mortes.

Nem tudo são trevas, os presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso implantaram o Plano Real que reduziu o cenário de uma inflação, em 1º de julho de 1994, no acumulado em doze meseschegou a 4.922%, às vésperas do lançamento da nova moeda. Finalmente, após os fracassos dos planos anteriores o monstro foi domado e até o momento permanece sob relativo controle.

Houve também uma tentativa de impedir o recrudescimento da corrupção: a Operação Lava Jato. Infelizmente, quando começou a aparar as garras de “figurões”, o caldo entornou. Era muita audácia investir contra os “mais iguais” acostumados a “forrar o poncho” às custas do erário público. Como se atreveram a investigar, julgar, condenar e prender “Ilustres figuras”?

A defesa assacou as mais esdrúxulas alegações, até foram admitidos, para ANULAR PROVAS, erros de CEP. Um acinte inominável, a Lava Jato foi extinta em 1º de fevereiro de 2021, depois de ter condenado mais de 100 réus que agora riem a bandeiras despregadas. O povo brasileiro lamenta e veste luto.

Urge que os novos governos – Executivo e Legislativo – regulados pelo Judiciário nos reconduzam à senda que infelizmente abandonamos.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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