Réus negam envolvimento em crime no Litoral: veja o que disseram
Tentativa de homicídio da cabeleireira Návia Regina volta a ser o centro das atenções no tribunal do júri da Comarca de Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul.
A fase de instrução foi oficialmente encerrada após o interrogatório dos quatro réus acusados de participação no crime ocorrido em 2017.
O julgamento, presidido pelo Juiz de Direito Gilberto Pinto Fontoura, está tendo continuidade nesta sexta-feira, dia 28 de março (veja acima), com os esperados debates entre a promotoria e as defesas dos envolvidos.
O caso, que gerou grande comoção na comunidade local, está sendo minuciosamente analisado pela Justiça.
Os réus prestaram depoimento, revelando suas versões sobre o atentado que quase tirou a vida da cabeleireira Návia Regina Christan.
As falas foram acompanhadas de perto por familiares da vítima e por representantes da acusação e da defesa.
Durante o julgamento, a irmã de Návia — que também atua como cabeleireira — foi chamada a depor.
Em seu testemunho, ela negou qualquer envolvimento ou conhecimento prévio sobre a tentativa de assassinato que quase custou a vida de sua familiar.
“A gente nunca discutiu. Nunca tivemos ódio uma da outra”, afirmou.
Confirmou que houve o acionamento na justiça, mas que a irmã perdeu a reclamatória. “Depois disso, a gente não se conversava, mas a gente também não brigou”, declarou.
Afirmou que, após o falecimento de Návia, em 2018, teve o seu nome mencionado nas redes sociais e, se sentindo vítima de calúnias, contratou uma advogada na ocasião.
Declarou que não foi ao velório da irmã porque estava com a perna engessada e por orientação da sua assessoria jurídica na época.
O cunhado de Návia declarou ser inocente e que se sente injustiçado por estar preso há 3 anos.
Acredita que a animosidade que há por parte de familiares de Návia é devida à dívida financeira que tinha com o sogro, já falecido.
Negou ter dado dinheiro à manicure. E disse que não conhecia o homem acusado de atirar na vítima antes de serem presos no mesmo presídio.
O homem acusado de atirar na cabeleireira negou a autoria do crime. Disse que recebeu, mas recusou a proposta para matar Návia.
Afirmou que o convite foi feito pelo então companheiro da manicure, mas que a identidade da vítima não foi revelada.
“Só disse que seria uma mulher que deveria ser morta”, afirmou. “Não estou envolvido, não fiz nada”, acrescentou.
A expectativa para os debates entre acusação e defesas é alta.
O Ministério Público tentará sustentar a tese de que os quatro acusados agiram de forma premeditada e em conjunto para executar o crime. Já as defesas deverão alegar ausência de provas suficientes, tentando desqualificar a acusação de tentativa de homicídio.
O crime ocorreu em 2017 e, desde então, familiares da vítima têm buscado justiça.
Návia Regina sobreviveu ao atentado, mas enfrentou uma longa recuperação física e emocional.
O julgamento representa não apenas a possibilidade de punição aos envolvidos, mas também um passo importante para o encerramento de um capítulo doloroso na vida da cabeleireira e de sua família.
A cidade de Tramandaí segue acompanhando o desenrolar do julgamento com grande atenção.