Produtores rurais bloqueiam estradas no RS e manifestação deve avançar nos próximos dias.
Os protestos que têm ocorrido em diversos trechos estratégicos do Estado, incluindo o trevo da BR-290 em Rosário do Sul, na Fronteira Oeste, refletem a insatisfação de quem depende do campo para viver.
Os agricultores, afetados por perdas consecutivas nas safras, contam com o apoio de trabalhadores dos setores de comércio e serviços ligados direta ou indiretamente ao agronegócio, que também já enfrentam graves consequências econômicas.
Somente na sexta-feira (30), foram mapeados mais de 45 pontos de manifestação espalhados por aproximadamente 150 municípios gaúchos.
A crise que motiva os protestos está diretamente relacionada aos impactos severos das condições climáticas adversas.
Produtores rurais passam por cenário crítico
Nos últimos anos, os produtores enfrentaram quatro estiagens e uma enchente devastadora, o que comprometeu a capacidade produtiva e, consequentemente, a renegociação de dívidas.
A safra de soja deste ano, por exemplo, sofreu uma queda alarmante de 27,4% em comparação com a produção do ano anterior, agravando ainda mais o quadro financeiro dos agricultores.
Um levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), em parceria com instituições bancárias, revela a dimensão do problema.
Do total de R$ 72,28 bilhões em dívidas do setor, R$ 22,28 bilhões referem-se a valores que já foram renegociados anteriormente, enquanto R$ 50,53 bilhões ainda seguem sem renegociação.
Esse cenário evidencia o estrangulamento financeiro vivido pelo agro gaúcho, que busca com urgência medidas efetivas.
A continuidade e ampliação dessas ações nos próximos dias mostram que a insatisfação cresce e que a resposta precisa ser imediata e à altura da gravidade da situação vivida no campo.