Rio Grande do Sul enfrentará perda populacional, diz IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta quinta-feira que o Rio Grande do Sul, juntamente com Alagoas e o Rio de Janeiro, começará a registrar perda populacional já na próxima década.
Segundo a divulgação, a diminuição da população no Rio Grande do Sul e em Alagoas está prevista para iniciar em 2027, enquanto o Rio de Janeiro deverá enfrentar esse fenômeno a partir de 2028.
A nova previsão do IBGE, divulgada após análise dos dados do Censo de 2022 e da Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE), indica que apenas dois estados brasileiros devem continuar a ver crescimento populacional até a década de 2060.
Roraima e Santa Catarina são os estados que manterão crescimento até pelo menos 2063, e Mato Grosso deverá continuar a crescer até pelo menos 2070, conforme os dados disponíveis.
O Rio Grande do Sul, conforme o Censo de 2022, tinha uma população de 10.880.506 habitantes, com uma taxa de crescimento anual de apenas 0,14%, uma das mais baixas desde 2010.
Essa tendência de estagnação e eventual declínio populacional está diretamente relacionada à diminuição da taxa de fecundidade das mulheres brasileiras.
O pesquisador do IBGE, Marcio Minamiguchi, explica que a queda na fecundidade, que chegou a 1,57 filhos por mulher em 2023, está bem abaixo da taxa de reposição populacional ideal de 2,1 filhos por mulher.
Em 2000, a taxa de fecundidade era de 2,32 filhos por mulher, indicando crescimento populacional. No entanto, essa taxa começou a cair progressivamente, atingindo 1,75 em 2010 e 1,66 em 2020.
Historicamente, a queda na taxa de fecundidade começou na década de 1960, quando a taxa era de 6,28 filhos por mulher, conforme revela a pesquisadora do IBGE, Marla França.
As previsões anteriores, de 2020, indicavam que a população brasileira só começaria a diminuir em 2048, após atingir um pico de 233,23 milhões de pessoas em 2047.
As novas projeções, no entanto, antecipam esse declínio e ajustam o cenário com base nos dados mais recentes e nas mudanças pós-pandemia.
Essas novas estimativas do IBGE, baseadas no Censo de 2000, 2010 e 2022, e nos dados atualizados da PPE, revelam um cenário de desafios para o futuro demográfico do Brasil, com implicações significativas para o planejamento e as políticas públicas.
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