Rio Grande do Sul reduz incidência de Aids na população em geral e transmissão de mãe para filho
A taxa de incidência de Aids no Rio Grande do Sul vem apresentando redução progressiva, passando de 43,1 novos casos por 100 mil habitantes em 2012 para uma taxa 34,7 em 2015. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) nesta quarta-feira (30), em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro. Na data, a Secretaria da Saúde (SES) reforça o compromisso no enfrentamento da epidemia, já que o RS ainda apresenta a maior taxa de incidência da doença no país.
O boletim epidemiológico de HIV/Aids (MS/2016) aponta para uma tendência de queda da taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos no Rio Grande do Sul. O dado tem sido utilizado como indicador para monitorar a transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV. No estado, a taxa apresentou uma redução de 59,1%, passando de 13,2 para 5,2 por 100 mil habitantes, entre os anos de 2003 a 2015. No Brasil, passou de 5,6 para 2,5/100 mil habitantes, no mesmo período.
Já a taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando tendência de aumento. Em 2006, a taxa era de 2,1 casos para cada mil nascidos vivos. Em 2015, passou para 2,7. O Rio Grande do Sulocupa o 1º lugar no ranking dos estados com a maior taxa de detecção de HIV em gestantes desde 2000, atingindo seu ápice em 2015, com 10,1 por mil nascidos vivos.
A coordenadora de DST/Aids da SES, Aline Coletto Sortica, avalia que a redução da incidência de Aids em crianças menores de cinco anos está diretamente ligada ao aumento no número de gestantes com diagnóstico conhecido. “A iniciativa estadual de tornar de caráter obrigatório a disponibilização do teste do HIV para todas as gestantes e parturientes no momento do parto, independente do número de testagens anteriores, resultou no aumento expressivo da cobertura e do diagnóstico, principalmente, em instituições privadas e conveniadas”. A adoção de todas as medidas de profilaxia em tempo oportuno, desde o pré-natal até o parto e nascimento, podem reduzir as chances de transmissão vertical do HIV para menos de 1%.
Dados do boletim mostram, ainda, uma tendência significativa de queda do coeficiente de mortalidade por Aids no Brasil e no Rio Grande do Sul. O país passou de 6,1 óbitos para cada 100 mil habitantes em 2004, para 5,6 em 2015. No estado, houve uma queda dos óbitos, passando de 11,9 para cada 100 mil habitantes em 2004, para 10,2 em 2015.
Aline Sortica destaca que, diante destes dados, é possível constatar redução da taxa de detecção de Aids na população em geral e em menores de cinco anos e queda na mortalidade pela doença. A coordenadora salienta que isso é reflexo dos avanços no acesso ao diagnóstico precoce, antes do avanço da doença, propiciando, desta forma, o início de tratamento oportuno.
Esses fatores contribuem para melhor qualidade de vida das pessoas, além de reduzir a transmissibilidade do vírus e o número de óbitos pela doença. “Mas ainda são necessárias diversas estratégias para uma resposta efetiva para a epidemia de HIV/Aids no Estado. Estamos constantemente trabalhando para ampliar estratégias de prevenção, aprimorar o diagnóstico precoce e aumentar a capacidade e eficiência dos serviços de saúde para atendimento às pessoas com diagnóstico de HIV”, conclui Aline.