Rota Bioceânica Sul é a nova aposta estratégica do governo federal para fortalecer o comércio internacional a partir do Rio Grande do Sul.
Cidades como Passo Fundo, Ijuí e Santa Rosa agora ganham destaque em uma rota de exportação que promete encurtar caminhos entre os portos brasileiros e chilenos, reduzindo custos logísticos e acelerando negócios com o mercado asiático.
O projeto integra o programa Rotas de Integração Sul-Americana, que pretende interligar o Brasil aos principais países da América Latina.
São cinco grandes corredores logísticos: a Rota 1 (Ilha das Guianas), Rota 2 (Amazônica), Rota 3 (Quadrante Rondon), Rota 4 (Bioceânica de Capricórnio) e a Rota 5, a Rota Bioceânica Sul.
Passo Fundo e Norte do RS no centro das exportações
A Rota Bioceânica Sul (Rota 5) parte de Imbituba, em Santa Catarina, atravessa o norte e noroeste gaúcho, conectando cidades estratégicas até chegar aos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no Chile, via Argentina e Uruguai.
Segundo o Ministério de Planejamento e Orçamento (MPO), essa conexão abre portas para a expansão das exportações de insumos, alimentos, máquinas, bens de consumo e energia para países do Mercosul e da Ásia.
O governo federal enxerga ainda elevado potencial turístico na região, além de destacar a posição geográfica privilegiada do norte do RS no comércio internacional.
Em 2023, cargas no valor de R$ 2,4 bilhões provenientes de São Paulo atravessaram São Borja com destino à Argentina e Chile, evidenciando a relevância crescente do eixo.
Rota Bioceânica Sul
Embora a Rota Bioceânica Sul seja formada essencialmente por rodovias que já existem, diversas melhorias estão programadas.
O governo prevê intervenções nas BR-285, BR-290 e BR-116, além da integração com o Rio Uruguai.
Passo Fundo ainda será beneficiada com estudos para uma nova concessão ferroviária na Malha Sul e a construção de novas pontes em Porto Xavier, Barra do Guarita e Itapiranga (SC), reforçando o corredor logístico.
De acordo com o MPO, os municípios estão sendo chamados para participar ativamente dos diálogos para que o projeto alcance sua consolidação de longo prazo.
Investimentos previstos
O orçamento estimado para a execução da Rota Bioceânica Sul é de R$ 400 milhões, conforme prevê o Novo PAC.
As iniciativas contam com financiamento da Lei Orçamentária Anual (LOA) e parcerias com o setor privado.
Para garantir a infraestrutura dos países vizinhos e viabilizar toda a operação intercontinental, o Brasil articulou um aporte de US$ 10 bilhões junto a instituições como BNDES, CAF, BID e Fonplata, destinados a rodovias, ferrovias, portos e aduanas da América do Sul.
Assim, a Rota Bioceânica Sul não apenas integra o Rio Grande do Sul a novas possibilidades comerciais, mas também transforma o estado em um elo essencial para o futuro do comércio entre América Latina e Ásia.
