Internações por doenças respiratórias atingiram, em maio de 2025, o maior número registrado no Rio Grande do Sul desde a pandemia de Covid-19.
O cenário alarmante levou o governo estadual a decretar situação de emergência em saúde pública, diante do crescimento acentuado dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
De acordo com o Painel de Hospitalizações por SRAG, mantido pelo Governo do Estado, o mês de maio teve 3.291 internações e 201 mortes, configurando um aumento de 85% nas hospitalizações e 60% nos óbitos, em comparação ao mesmo mês de 2024.
No ano passado, no mesmo período, foram 1.773 internações e 125 mortes.
Segundo a SES, os dados de 2024 podem ter sido subestimados, já que as enchentes históricas impactaram fortemente a estrutura hospitalar e os sistemas de registro.
Hospitais foram danificados e muitas unidades de saúde enfrentaram dificuldades técnicas para processar e enviar informações, o que comprometeu a totalidade do levantamento naquele momento.
Mesmo ao comparar com o ano de 2023, o número de internações se mostra em ascensão. Em maio de 2023, foram registradas 2.358 hospitalizações e 267 mortes.
Apesar da redução no número de óbitos em 2025, a quantidade de internações aumentou significativamente, revelando uma pressão crescente sobre o sistema de saúde estadual.
No acumulado de janeiro a junho de 2025, o Rio Grande do Sul já contabiliza 6.640 internações por doenças respiratórias, consolidando uma das maiores crises sanitárias dos últimos anos.
Internações por doenças respiratórias
O índice preocupa autoridades, especialistas e profissionais da saúde, especialmente por ocorrer fora do pico tradicional do inverno, quando as doenças respiratórias geralmente se intensificam.
🌆 Cidades mais afetadas
Porto Alegre lidera o ranking com 878 hospitalizações em 2025.
Em seguida aparecem Caxias do Sul (589), Bento Gonçalves (424), Passo Fundo (376) e Alvorada (207).
Caxias do Sul, na serra gaúcha, é a cidade com o maior número de mortes, somando 64 óbitos. Porto Alegre aparece logo após, com 53 vítimas.
Na sequência vêm Guaíba (33), Canoas (17) e Passo Fundo (16).
A SES reforça que o monitoramento contínuo e a vacinação são essenciais para conter o avanço das doenças respiratórias.
A população deve procurar atendimento médico aos primeiros sinais de agravamento e manter em dia o calendário vacinal, especialmente para grupos de risco como idosos, crianças e pessoas com comorbidades.