Foto arquivo: Cidade de São Jerônimo - Foto: soldado Maiquel Moura, Defesa Civil estadual
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RS pode se tornar inabitável em breve, afirma especialista

A crise climática foi destaque no 4º Summit Ambiental Internacional, promovido pelo Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre.

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Com especialistas em saúde e meio ambiente, o evento se iniciou nesta terça-feira e continua até quarta no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm.

A palestra principal ficou por conta de Carlos Afonso Nobre, um dos mais respeitados meteorologistas do Brasil e membro da equipe vencedora do Nobel da Paz de 2007 pelo IPCC, que emitiu um alerta grave: “A emergência climática pode tornar o Rio Grande do Sul inabitável em breve”.

Segundo Nobre, eventos extremos como as enchentes de maio no estado mostram a urgência da preservação ambiental.

“A humanidade caminha para um ‘ecocídio’, um risco tanto para o planeta quanto para os humanos. Precisamos reduzir a zero as emissões de gases estufa, combater o desmatamento e o comércio de animais selvagens para impedir o surgimento de novas pandemias”, ressaltou Nobre. “Não existe um planeta B”, enfatizou.

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O cientista também destacou que a temperatura média global já subiu 1,3°C em relação aos níveis pré-industriais e, nos últimos cinco anos, atingiu um aumento médio de 3,3°C.

Caso se chegue a 4°C acima da média histórica, o Rio Grande do Sul poderá se tornar inabitável, afetando especialmente idosos, crianças e populações mais vulneráveis, conforme explicou Nobre.

Desde o início da era industrial, as emissões humanas já liberaram cerca de 1,5 trilhão de toneladas de dióxido de carbono, resultando no aumento do nível do mar em 10,3 cm desde 1993 e na perda de 8,3 mil km³ de geleiras desde 1976.

Nobre ressaltou que, com o aumento de 4°C, as ondas de calor serão 5,3°C mais quentes e ocorrerão 38 vezes a cada 50 anos, em comparação com a média atual de cinco vezes no mesmo período.

“O impacto da emergência climática já se reflete na saúde pública e na biodiversidade global, trazendo desafios sem precedentes. Não temos um plano B: a ação é urgente”, afirmou o cientista. O Brasil, segundo ele, possui grande potencial para liderar essa luta através de políticas de resiliência, controle do desmatamento e adaptação climática em todos os setores, buscando reduzir emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2040.

Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento, enfatizou o compromisso da instituição com a sustentabilidade e a urgência do tema.

“A crise climática é uma questão de saúde pública. Nosso compromisso vai além dos resíduos que geramos; influenciamos práticas sustentáveis entre fornecedores, colaboradores e parceiros”, declarou Parrini, elogiando a equipe envolvida na organização do evento.

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