Santo Antônio da Patrulha recebe homenagem no Parlamento
Após a fundação da Colônia do Sacramento, às margens do Rio da Prata, em 1680, a região de Santo Antônio passou a ocupar posição de destaque na defesa do território meridional do Brasil. O Império, disposto a garantir as terras ao Sul, determinou em 1736 que fosse aberta a Estrada dos Tropeiros. Com essa via, que cortava o município, surgiu o Registro – posto de pedágio para cobrança de impostos das tropas que passavam para São Paulo. Assim surgiram os nomes Guarda, Registro da Serra, Guardas de Viamão, Patrulha, Guarda Velha e, em 1760, Santo Antônio da Guarda Velha de Viamão. “Isso mostra que a cobrança de pedágio é uma discussão antiga em nosso estado”, brincou o deputado, fazendo referência às recentes votações em plenário referentes ao tema.
A presença de casais açorianos em Santo Antônio da Patrulha deu-se por volta de 1760. Porém, apenas em 1771 foi que oficialmente o governador da Capitania recebeu ordens de assentar casais açorianos no local. Os povoadores, gradativamente, foram solidificando uma agricultura de subsistência. “Mas o que impulsionou a economia do povoado que se formava, foi a produção de cana-de-açúcar e seus derivados, como a hoje famosa aguardente.” Com a construção da free-way, nos anos 70, parte do movimento que passava pela cidade migrou para o Litoral e o município iniciou seu processo de industrialização.
Hoje, além da rapadura e da cachaça, Santo Antônio destaca-se por seu polo industrial, com destaque para o setor metal/mecânico, por sua indústria calçadista, além de sua lavoura orizícola e um comércio forte, que a fazem referência para toda a região. Mano salientou a posição estratégica do município na Região Metropolitana, “perto da praia e da serra.” O deputado defendeu uma rota da Serra, passando por Santo Antônio, permitindo o escoamento da produção local diretamente ao Porto de Rio Grande.
Um pouco de romance
“Como toda história precisa de um pouco de romance, Santo Antônio da Patrulha não fugiu à regra”, contou Mano. A povoação passa a acontecer a partir de 1743, quando Inácio José de Mendonça e Silva, que servia como soldado na Guarda, uma espécie de patrulha em posto avançado determinado pela Coroa para controlar o contrabando de gado e cobrar impostos dos tropeiros, se estabelece na localidade.
Ignácio, então com 50 anos, viveu um romance inusitado para a época ao se apaixonar por Margarida Exaltação da Cruz, filha de escravos e açorianos, de apenas 15 anos. O pai de Margarida, Manoel de Barros Pereira, era radicalmente contra a união. Assim, os dois acabaram casando sob a proteção do vigário de Viamão. Como agradecimento ao santo de sua devoção, o casal mandou construir uma pequena capela em homenagem a Santo Antônio.
Trajetória pessoal
O deputado Mano passou parte de sua infância em Santo Antônio. Nas férias, ele costumava ajudar na empresa do pai, Claudio Bier. O deputado também revelou ser devoto de Santo Antônio, lembrado sempre no dia 13 de junho, data de sua morte, em 1231.
O parlamentar falou ainda sobre o principal evento cultural da cidade, o festival Moenda da Canção. “Foi a primeira vez que subi em um palco, numa homenagem a minha avó. Gostei e vi que ali era o meu lugar. E o palco e a tribuna são muito parecidos” comparou. Mano Changes é músico e vocalista da banda Comunidade Nin-Jitsu .
Apartes
Manifestaram-se, representando suas bancadas, os deputados Gerson Burmann (PDT), Maria Helena Sartori (PMDB), Miki Breier (PSB), Silvana Covatti (PP), Lucas Redecker (PSDB), Alexandre Lindenmeyer (PT) e Ronaldo Santini (PTB).
Presenças
Prestigiaram o Grande Expediente o secretário do Gabinete dos Prefeitos do governo do Estado, Afonso Motta, representando o governador Tarso Genro; o prefeito de Santo Antônio da Patrulha, Daison Maciel da Silva, e a primeira-dama do município, Glaé Regina da Silva, o vice, Armindo Ferreira de Jesus, o presidente da Câmara de Vereadores, João Luís Moreira da Silva, o representante da Defensoria Pública, Rafael Rafaeli, e o vice-presidente da Fiergs, Claudio Bier.