Sarampo no RS: Caso acende alerta para vacinação. Foi confirmado em uma mulher de 50 anos, residente em Porto Alegre, sem comprovação de vacinação e recém-chegada de viagem aos Estados Unidos.
O diagnóstico positivo, feito pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), reacende um alerta epidemiológico e reforça a importância da imunização contra uma das doenças virais mais contagiosas e perigosas.
Os primeiros sintomas surgiram no início de abril, com febre, cansaço, dores no corpo, tosse e coriza.
Poucos dias depois, manchas vermelhas características do sarampo apareceram na face e se espalharam pelo corpo.
A paciente foi hospitalizada entre os dias 8 e 11 de abril, sendo mantida em isolamento, e apresentou plaquetopenia.
O resultado laboratorial positivo foi confirmado em 17 de abril, após análises do Lacen/RS e da Fiocruz.
A mulher afirmou ter sido vacinada, mas não apresentou qualquer comprovante.
Como o caso é importado — ela voltou dos EUA em março — e é o segundo confirmado no estado em 2025, o governo estadual emitiu alerta e intensificou as ações de vigilância.
Monitoramento e investigação epidemiológica
A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre e o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) estão monitorando todos os contatos próximos da paciente, tanto no âmbito domiciliar quanto nos locais de circulação pública e no voo de retorno ao Brasil.
Até o momento, não há registros de novos casos sintomáticos entre os possíveis expostos, mas todos estão sendo acompanhados quanto ao surgimento de sintomas e situação vacinal.
Sarampo: contágio, sintomas e prevenção
O sarampo é uma infecção viral extremamente contagiosa, transmitida por vias aéreas ao tossir, espirrar ou mesmo falar. A doença pode ser especialmente grave em crianças menores de cinco anos, pessoas imunocomprometidas e desnutridas.
Os principais sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas na pele, tosse seca, conjuntivite e coriza.
A transmissão do vírus começa seis dias antes do surgimento das manchas e se estende até quatro dias depois.
Por isso, a identificação rápida e o isolamento dos casos suspeitos são essenciais para evitar surtos.
Vacinação: a única forma eficaz de proteção
A principal medida preventiva contra o sarampo continua sendo a vacinação.
O imunizante está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas entre 12 meses e 59 anos, com esquemas vacinais diferenciados por faixa etária:
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Crianças de 12 a 15 meses: 1ª dose com a tríplice viral e 2ª dose com a tetraviral.
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Pessoas de 5 a 29 anos: duas doses de tríplice viral.
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De 30 a 59 anos: uma dose.
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Trabalhadores da saúde: duas doses.
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Gestantes não devem ser vacinadas, devendo receber a dose após o parto.
Sarampo no RS
A meta de cobertura vacinal para crianças é de 95% para a primeira dose.
O Rio Grande do Sul atingiu esse objetivo nos dois últimos anos, mas não conseguiu alcançar a meta para a segunda dose.
Isso representa um risco, já que a proteção completa só ocorre após a aplicação das duas doses recomendadas.
Histórico de casos de sarampo no estado
O último caso autóctone registrado no RS ocorreu entre 2018 e 2020, com 185 confirmações.
Em 2024, uma criança não vacinada, vinda da Ásia, foi diagnosticada.
Em 2025, o caso mais recente reacende o alerta para a vigilância e a imunização, diante de surtos em outras regiões do Brasil e do continente americano:
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2025: 1 caso importado
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2024: 1 caso importado
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2021–2023: sem registros
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2020: 37 casos
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2019: 101 casos
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2018: 47 casos
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2011: 8 casos
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2010: 7 casos
Alerta das autoridades de saúde
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), por meio da Secretaria Estadual da Saúde, já havia emitido uma Nota Informativa em 31 de março, pedindo reforço na vigilância e cobertura vacinal, em razão dos casos em outras unidades da federação. Três no Rio de Janeiro, um no Distrito Federal e outro em São Paulo.
A identificação de um novo caso de sarampo no Rio Grande do Sul, especialmente importado, exige ação coordenada entre autoridades sanitárias e a população. A vacinação é essencial, não apenas individualmente, mas como medida coletiva de proteção e erradicação de doenças.