Satélite europeu registra temperatura da superfície em níveis críticos no RS
A temperatura da superfície atingiu valores alarmantes no Rio Grande do Sul e em regiões vizinhas durante a última terça-feira, de acordo com imagens captadas pelo satélite europeu Sentinel-3.
Com a onda de calor intensa, cidades gaúchas registraram temperaturas superiores a 40ºC, enquanto na Argentina os termômetros atingiram até 46,5ºC à sombra em abrigo meteorológico.
Os dados obtidos pelo satélite, porém, representam a temperatura da superfície terrestre e não a temperatura do ar utilizada pela Meteorologia, que é medida a 1,5 metro do solo dentro de um abrigo meteorológico.
Ainda assim, os registros são essenciais para entender os impactos do calor excessivo, especialmente na agricultura, onde solos superaquecidos podem comprometer lavouras e acelerar processos de secagem.
A seca severa que afeta o estado contribui diretamente para o aumento da temperatura da superfície.
Com menos umidade no solo, a capacidade de retenção térmica diminui, fazendo com que a radiação solar aqueça ainda mais o terreno.
Além disso, a evaporação acelerada reduz ainda mais a umidade disponível, intensificando os efeitos da estiagem.
Registros oficiais confirmam calor extremo
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou temperaturas extremamente altas no Rio Grande do Sul, destacando-se Quaraí, com 43,8ºC.
No entanto, há dúvidas sobre a precisão da medição, pois outras estações meteorológicas da região apontaram valores ligeiramente inferiores, de acordo com a MetSul.
Confira algumas das temperaturas máximas registradas pelo Inmet no RS:
Alegrete: 40,3ºC
São Gabriel e Santiago: 39,9ºC
São Vicente do Sul: 39,6ºC
Uruguaiana: 39,5ºC
Teutônia: 39,0ºC
São Borja: 38,9ºC
Bagé: 38,8ºC
Santa Maria e Dom Pedrito: 38,7ºC
Rio Pardo: 38,6ºC
Na Região Metropolitana de Porto Alegre, as temperaturas também foram escaldantes:
Campo Bom: 38,7ºC
São Leopoldo: 38,0ºC
Novo Hamburgo (Lomba Grande): 37,8ºC
Nova Santa Rita: 37,6ºC
Porto Alegre (Jardim Botânico): 37,3ºC
Impacto para a população e a economia
A exposição prolongada a temperaturas tão elevadas representa riscos à saúde, especialmente para grupos vulneráveis como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
Além disso, os efeitos na agricultura podem ser devastadores, prejudicando plantações de milho, soja e outras culturas fundamentais para a economia gaúcha.
Meteorologistas alertam que, se a estiagem persistir, os próximos dias podem trazer novos recordes de temperatura, reforçando a importância do monitoramento climático e da adoção de medidas para mitigar os impactos da onda de calor.
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