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Saúde monitora aumento de casos de diarreia aguda no RS

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) identificou nos últimos meses o aumento de relatos por parte dos municípios de casos doença diarreica aguda (DDA).

São 24 municípios que relataram ou surtos de DDA em instituições de ensino ou aumento de casos nos atendimentos médicos de pessoas com sintomas de diarreia, vômito, náusea e dor abdominal.

Esses sintomas são causados, geralmente, por micro-organismos presentes no ambiente e são endêmicos, ou seja, é esperado que se identifiquem casos desse tipo ao longo.

“Esses tipos de quadros clínicos ocorrem normalmente, dentro de padrões que consideramos normais, e por isso não chegam a ter a necessidade de uma contabilidade um a um, tomando como exemplo o que fazemos com a covid-19, que todo caso é notificado nominalmente e registrado em sistemas de monitoramento”, explica o técnico do Centro de Informações

Estratégicas em Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do RS, Marcelo Vallandro.

“O que aconteceu nesses últimos meses foi que as redes de saúde nesses municípios observaram um aumento de pessoas com esses sintomas, um alerta que muitas vezes surge empiricamente do relato de equipes médicas, que estão acostumadas a lidar com um número determinado desses casos num período de tempo e relataram agora um aumento mais expressivo”, explica.

Nessas situações, conforme Vallandro, a atuação da vigilância em saúde dos municípios, com os apoios das vigilâncias regionais e estadual, é tentar identificar se há relação entre esses casos, como um lugar em comum onde pode ter sido a origem ou quais as possíveis causas.

“Não chegamos a ter um objetivo de contabilizar esses casos, e sim, acompanhar as investigações para buscar determinar o que causou e monitorar a situação até que a procura por esses atendimentos volte a um padrão normal”, completa.

Desde o final de agosto, em 13 municípios os casos identificados estiveram ligados a surtos em estabelecimentos de ensino.

Eles ocorreram em Barra Funda, Colorado, Erechim, Ijuí, Mato Leitão, Nova Prata, Porto Alegre, Santa Maria, Santa Rosa, Santo Antônio do Palma, Sarandi, Selbach e Tucunduva. Nesses estabelecimentos, após a identificação dos locais, as medidas sanitárias necessárias já foram adotadas para a resolução dos casos, principalmente envolvendo um reforço das questões de higiene pessoal e no preparo de alimentos, já que o consumo pode ser umas das formas de transmissão.

Houve também o relato de aumento expressivo de casos de DDA em outras 11 cidades, porém, as investigações abertas ainda não conseguiram identificar se estão relacionados a surtos pontuais ou que houvesse outra fonte em comum, por isso as investigações permanecem em curso. “Muitos desses municípios nos reportaram essa situação nestas últimas duas semanas, após o Centro Estadual ter emitido um primeiro alerta sobre a ocorrência de aumento de DDA em outras cidades.

Agora o que estamos aprimorando é a busca de mais informações sobre cada situação”, informa a nutricionista Lilian Borges Teixeira, do Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídricas e Alimentares.

“Tanto que três desses 11, inclusive, até já nos passaram que houve um aumento, mas que já houve uma diminuição nos casos para um nível que podemos considerar como de normalidade”, acrescenta.

Cidades com relato de aumento na procura por atendimento médico

Município – Situação
Santana do Livramento – Em acompanhamento
Dois Irmãos – Normalizado
Esteio – Em acompanhamento
São Pedro da Serra – Normalizado
Saldanha Marinho – Em acompanhamento
Horizontina – Em acompanhamento
Lavras do Sul – Normalizado
Caxias do Sul – Em acompanhamento
Bento Gonçalves – Em acompanhamento
Santa Cruz do Sul – Em acompanhamento
Lajeado – Em acompanhamento

As investigações nesses oito municípios que permanecem com aumento de casos, abrangem verificação de vínculo entre os doentes, coletas de amostras clínicas das pessoas com sintomas para análise, bem como amostras ambientais (água) para identificar possível fonte de exposição e o agente etiológico envolvido.

Segundo Lilian, essas investigações pretendem saber também se esse possível micro-organismos causador é um conhecido e com circulação natural no ambiente ou novo, que pode ser mais nocivo, além de observar a gravidade dos casos. “Porém, não é o que observamos até agora.

Os aumentos até agora percebidos estão dentro de algumas situações que podem ocorrer, principalmente nessa época do ano e com quadros leves”, relata.

As doenças diarreicas agudas (DDA) são doenças gastrointestinais que têm como principal sintoma a diarreia. De maneira geral, os causadores envolvem uma ampla gama de micro-organismos que estão presentes naturalmente no ambiente, mas que podem apresentar aumento na sua presença em determinadas épocas do ano.

O norovírus é o mais comum entre eles. Em nove cidades ele já foi identificado em amostras clínicas de pessoas com sintomas, enquanto nas demais cidades ainda não há resultado ou não houve a coleta do material.

Após a promoção de medidas de prevenção e controle das DDA e da redução do número de casos, o Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar encerra o acompanhamento do evento. Salienta-se que em alguns eventos não é possível estabelecer vínculo entre os casos, definir a fonte de exposição ou o agente etiológico.

À população, a orientação é, em caso de sintomas, repouso e aumento na ingestão de líquidos para evitar desidratação. Em caso de sintomas mais graves, orienta-se procurar atendimento médico.

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