Saúde prepara campanha de vacinação contra a rubéola para adultos entre 20 e 39 anos
No dia 9 de agosto, será desencadeada a Campanha Nacional de Vacinação contra a Rubéola. A Secretaria da Saúde, por intermédio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), já está realizando atividades preparatórias junto aos profissionais de saúde dos municípios em reuniões de capacitação e planejamento.
O público-alvo serão todos os adultos com idades entre 20 e 39 anos, de ambos os sexos. No Rio Grande do Sul, são mais de 3 milhões nessa faixa etária; no Brasil, estima-se vacinar perto de 80 milhões. A campanha prosseguirá até 12 de setembro e tem, como objetivo, eliminar a rubéola e a Síndrome da Rubéola Congênita no país.
A vacina contra a rubéola já integra o Calendário Básico de Vacinação da Criança, que indica uma dose de vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) com um ano de idade e um reforço dos quatro aos seis anos. A ampliação da faixa etária ocorre pela constatação de que, em sua grande maioria, os adultos de hoje ou não foram vacinados ou não tiveram rubéola e estão suscetíveis à doença. Da mesma forma, se antes as mulheres eram priorizadas para a vacinação, agora também os homens integram o público-alvo pois, quando doentes, podem contaminar familiares e pessoas de suas relações. A pessoa que já teve rubéola não voltará a contrair a doença.
A doença
A rubéola é uma doença causada por vírus e transmitida por via respiratória. Essa infecção normalmente tem evolução benigna e em metade dos casos não gera qualquer manifestação clínica. O vírus só é realmente perigoso quando a infecção ocorre durante a gravidez, com invasão da placenta e infecção do embrião, especialmente durante os primeiros três meses de gestação. Os principais sintomas são febre baixa, manchas vermelhas na pele, ínguas na região do pescoço, perda de apetite, dores de cabeça, dores articulares, dores musculares, coriza e tosse. O tratamento consiste em controlar a temperatura do corpo com banhos mornos ou frios e antitérmicos, repouso e ingestão de bastante líquido. A única forma de prevenção é a vacina.
Entre as malformações mais freqüentes provocadas pela Síndrome da Rubéola Congênita estão surdez, catarata, malformações cardíacas, retinopatia (lesão na retina), glaucoma, autismo, deficiência de desenvolvimento psicomotor, púrpura trombocitopênica, icterícia, baixo peso, hepatomegalia (aumento do fígado), prematuridade. Essas manifestações podem surgir até quatro anos após o nascimento. Entre as manifestações tardias estão deficiência na produção do hormônio de crescimento, diabete mellitus, puberdade precoce.
Estima-se que o custo da atenção médica de uma criança com Síndrome da Rubéola Congênita está entre R$ 240 mil e R$ 400 mil durante toda a sua vida. Este número seria maior se fossem considerados os custos diretos e indiretos que a incapacidade decorrente do problema gera para a sociedade.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Rubéola começa na mesma data de início da segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. No dia 30 de agosto, haverá o Dia Central da Campanha, para chamamento das pessoas que ainda não se vacinaram.