Semana fecha com recuperação dos preços do arroz
A semana foi positiva para o setor arrozeiro gaúcho, com a cotação do cereal subindo 1,3% e rompendo a barreira de R$ 22. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço de comercialização chegou a R$ 22,34 na quinta-feira, impulsionado pela retenção do grão por parte de produtores capitalizados. Em novembro, o valor havia recuado cerca de 3%.
Conforme o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira, no período de entressafra diminui a pressão de venda, o que contribui para uma recuperação gradual do mercado arrozeiro. “Temos consciência de que a cotação não irá subir muito, mas esperamos, ao menos, um preço mais competitivo”, salienta.
A semana fechou com a saca de 50 quilos, com 58% de grãos inteiros, sendo cotada a R$ 22 na Zona Sul. Na Fronteira Oeste, o valor chegou a R$ 22,08 e na Campanha a R$ 21,65. O preço máximo foi registrado, novamente, em Palmares do Sul, com R$ 23. A necessidade, agora, é liberar silos para garantir o armazenamento da próxima safra.
Na quinta-feira (6), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, recebeu o deputado federal Luis Carlos Heinze, que entregou uma proposta do setor orizícola que prevê a doação de 500 mil toneladas de arroz. O plano apresentado por Heinze e elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), calcula a distribuição de 300 mil toneladas do cereal para o programa Fome Zero e outras 200 mil para vítimas de catástrofes.
Ser for aprovada a proposta, o grão será retirado dos armazéns do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. “O estado gaúcho tem quase 1,3 milhão de toneladas estocadas. Esse volume representa um problema para a próxima safra. Precisamos liberar espaço para o grão que será colhido a partir de março”, explica Heinze.
O diretor do Irga levanta, também, a possibilidade de os produtores investirem em silos para armazenarem seus estoques. “Os arrozeiros estão enxergando a necessidade da construção de silos”, afirma. Com relação ao armazenamento, o Irga e as demais entidades do setor arrozeiro deverão levar à Brasília um pleito para flexibilização de cadastramento de pessoas físicas, o que garantiria mais armazéns para a próxima safra.