Sobrado dos Bastos: prefeito de Osório diz que entrevista em ZH foi utilizada de forma oportunista
O Prefeito de Osório, Eduardo Abraão, se manifestou em nota sobre a polêmica demolição do Sobrado dos Bastos, no centro da cidade e também sobre a declaração divulgada pelo jornal Zero Hora, dizendo que ele havia classificado o imóvel como “uma bola de cupim”, com risco de desabamento.
Abrahão afirmou que a jornalista utilizou partes de sua entrevista de forma isolada, fora do contexto ao qual se referia.
Veja na íntegra a nota abaixo.
“1º Sobre a sua demolição
Em 2009, foi decretado tombamento parcial do imóvel, por parte do município. A partir daí, o proprietário da casa ingressou judicialmente, requerendo: ou a anulação do tombamento, ou uma indenização de 2 Milhões de reais (na época). Essa ação foi julgada em 1º e 2º grau (tendo inclusive o Tribunal de Justiça julgado por unanimidade, votando a favor da anulação do decreto do tombamento). Essa ação transitou em julgado (encerrou-se o processo) em julho de 2015.
A partir disso, a Prefeitura estudou um novo projeto de tombamento, enquanto que o proprietário, legitimamente, haja visto não haver impedimento judicial, iniciou um encaminhamento para a demolição do imóvel.
Tendo em vista as péssimas condições internas do prédio (madeirame), comprometendo a segurança do mesmo, rachaduras na parte frontal do imóvel, que possibilitariam o seu desabamento a qualquer momento, podendo ferir, ou até matar pessoas que estivessem na calçada, segundo laudo técnico do engenheiro responsável, foi solicitado pelo dono da casa a sua demolição, em função do perigo que a casa oferecia.
Por esses motivos e riscos, foi autorizada a demolição do prédio, pela Secretaria de Obras de Osório.
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2º Entrevista para a Zero Hora
Ontem, dei entrevista para a Zero Hora. Disse que a preocupação do município era em relação a insegurança do imóvel em face da precariedade da estrutura interna da casa, e do iminente risco de desabamento. Inclusive, o madeiramento da casa estava completamente comprometido por cupins, conforme laudo do engenheiro responsável. O imóvel realmente estava uma “bola de cupins”.
Importante dizer isso, pois foi essa expressão que, isoladamente, a jornalista Bruna Vargas utilizou de forma oportunista. A matéria não foi publicada na íntegra, e sim, só uma parte dela, e totalmente fora do contexto da conversa. Fato que eu lamento profundamente.
3º Comprometimento do município com a sua história
Quando fui eleito vereador, em 1992, apresentei projeto para que fosse incluído no currículo das escolas municipais, o estudo do nomes das ruas da cidade de Osório. O projeto foi aprovado.
Ainda esse ano, foi feito um estudo para abrir e dar continuidade à Avenida Jorge Dariva. Ainda que melhorasse e muito e fluidez do transito local, EU optei por não abri-la. Motivo: a preservação do Casarão dos Famr, já que a abertura da rua poderia provocar a destruição da casa.
Ontem mesmo, em reunião com o historiador Rodrigo Trespach, e com a coordenadora de cultura, Mailor Kingeski, ficou decidido que o historiador apresentará roteiro para a formação de centro histórico para o município, o qual será delimitado por lei municipal, a ser encaminhada pelo executivo para a Câmara, cujos pontos serão definidos na sequencia, pelo executivo.
De tal sorte, não mencionarei outras atividades que só ainda existem pelo apoio do Executivo municipal, como terno de reis, maçambique, festa do divino, entre outras.
Não concordo que, devido a modernização, Osório deva perder suas referências histórias, muito pelo contrário. Devemos sempre zelá-la, de modo harmônico com a evolução do município.
OBS: Que este exemplo lastimável, a demolição do sobrado dos Bastos, sirva de modelo para que a comunidade também se empenhe em manter viva a historia de Osório, e das estruturas físicas que representam o município, e não apenas lamentar depois dos fatos ocorridos, por falta de outras alternativas. O Gabinete municipal SEMPRE esteve e estará aberto ao diálogo com a a sociedade osoriense.
Boa tarde a todos.”
Redação Litoralmania