Sobre o outono e as relações humanas – Por Erica Matos
Este não deveria ser mais um texto clichê sobre estações do ano, juro que vou tentar. Quando penso no Outono, (eu e a maioria das pessoas) logo vem a mente folhas secas, vento, frutos, amadurecimento. E pensando ainda mais fundo, percebo que as estações do ano estão ligadas não só à natureza mas também à relacionamentos, à pessoas, explico.
Outro dia, no trabalho, tive uma boa conversa com a minha supervisora e disse à ela que percebia algo diferente nela, algo que no momento eu não soube nem expressar, mas que era motivo de admiração. Só sentia que ela é uma pessoa cheia, transbordante. Não tem pessoas assim? Pessoas que transbordam confiabilidade, segurança, experiência, carisma? Ah, também têm pessoas que transbordam negatividade, que é claro, não era o caso. Para encurtar a história, a minha supervisora que não é adepta de nenhuma religião, rito (não que eu saiba), me deu uma resposta que acho que nunca mais vou esquecer. Ela disse que o que ela carregava de diferente é que ela “gostava de gente” – o que muitas vezes não se vê naqueles que seguem uma religião ou crença.
Aquilo, naquele momento, entrou no meu coração e só depois de algumas horas ecoou e me fez refletir. Era a mais pura verdade, ela é alguém cheia, transbordante, confiável, porque pelo pouco que conheço da sua história, ela um dia permitiu que a vida à esvaziasse, pra que ela transbordasse a sua essência: amar pessoas e relações. E, essa afirmação dela me levou pra mais perto de Deus e lembrei de um cara que amo e sou apaixonada e o melhor, o porquê de ser apaixonada por este cara: Ele amava pessoas, ele era louco por gente e por onde Ele passava arrastava multidões. E, ainda assim esse cara escolheu deixar tudo ir, Jesus escolheu se esvaziar. Ele se esvaziou de tudo que Ele era, pra que nós aprendêssemos a amar e ser amados, pra que nós tivéssemos relacionamentos.
Não vou me estender, só quero registrar que o Criador fez tudo perfeito, tudo em sintonia e que Ele estabelece estações pra que possamos percebê-Lo diante do todo, porque Ele sempre têm o que falar. Que neste outono, possamos nos esvaziar de tudo que é velho pra que o novo chegue com força. Que neste outono as feridas antigas possam ir embora como folhas secas que o vento faz desaparecer. E, que, no processo do esvaziamento haja maturidade e possamos colher os frutos.
Texto dedicado para Shirly Guz Zbinden, você me ensinou muito em pouco tempo, obrigada!
“que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” – Filipenses 2:6-8
Erica Matos é membra e responsável pela Comunicação na IBFO.