Socorrista trabalha em tragédia da Unesul sabendo que mãe estava no ônibus
A socorrista kerolen Barbosa viveu um dia de trabalho completamente diferente do que já havia presenciado em 06/01/2015. A data ficou marcada pela tragédia com o ônibus da Unesul que tombou em Glorinha, deixando seis mortos e diversos outros feridos, alguns ainda em estado grave.
Eram 13h51min quando seu celular tocou naquela fatídica terça-feira. Do outro lado da linha, sua mãe. Ainda dentro do ônibus, em desespero, ela contou o que havia acontecido, dizendo que eram muitas pessoas em estado grave e outras já mortas.
Mas, antes de contarmos o desfecho desta história, vamos falar um pouco do Grave Resgate Voluntário. Um grupo na qual Kerolen faz parte e que presta um bonito e importante trabalho de forma totalmente espontânea.
Michel Elias da Silva, Diretor Operacional do grupo, conversou por telefone com o Litoralmania na tarde desta sexta-feira.
De acordo com ele, o Grave Resgate trabalha voluntariamente todos os finais de semana e também em momentos específicos no qual são acionados, como foi o caso do acidente da Unesul.
A ambulância utilizada por estes guerreiros da saúde foi doada pelo município de Glorinha a cerca de quatro anos. O veículo estava sucateado e foi totalmente reformado. Ela é modelo 2001 e por diversas vezes já deixou o grupo “empenhado”, antes de chegarem ao local de atendimento.
O diretor salienta que outra ambulância ajudaria muito o trabalho. Frisou que poderia ser uma de mesmo ano, mas que possa ser usada mesmo que como veículo reserva. Interessados que quiserem colaborar de alguma maneira podem ligar no 51 8038 4025 ou depositar qualquer quantia em dinheiro no Banco Bradesco – Agência 877 – CC – 92624-0 – Grupo de Resgate e Apoio Voluntaria de emergência.
A área de atuação da equipe se dá na rodovia RS-030, no Parque dos Anjos, até a rodovia RS-474 em Santo Antônio da Patrulha. Ainda, também em todo município de Glorinha. Além disso, Michel salienta que na medida do possível atendem chamados de outras localidades, com o comparecimento dos voluntários.
Os profissionais da saúde que quiserem participar voluntariamente deste belo trabalho podem entrar em contato pelo telefone acima ou pelo facebook. O requisito mínimo é ter um curso de atendimento pré hospitalar.
Agora que já sabemos um pouco do Grave Resgate Voluntário, vamos voltar ao dia de Kerolen. O texto abaixo são suas as palavras.
“E o que escrever do dia (06/01/15)… Às 13h51min meu celular toca… Do outro lado da linha, minha mãe, ainda dentro do ônibus, tombado me pede socorro em desespero, aos prantos, me diz que o ônibus em que estava tombou e que tem pessoas feridas e talvez até sem vida… Eu, socorrista do Grave embora com coração na mão tento passar para ela a calma que eu mesma já estava perdendo… Desliguei… Liguei para bombeiros e informei o ocorrido.
Deixei minha filha na vizinha me recompus, vesti meu macacão, peguei epi’s e o vizinho me levou até o local.
Fui a primeira pessoa do socorro a chegar, a cena era de terror, múltiplas vítimas me pediam ajuda, o que eu podia fazer? Pedir que me ajudassem! Pedir que sentassem no chão e tentassem manter a calma e aguardassem chegar o socorro que eu podia garantir… Já estava a caminho…
E minha mãe? Onde estaria? Como estaria? Entrei no ônibus… era surreal..
Liguei pra ela na esperança de não ouvir o toque de seu celular ali naquela cena horrível… Não ouvi… Que alivio…Mas onde estaria? Não atendeu… Desespero no meu coração… Ela me retornou ligação…
‘Filha estou aqui na sombra, sai do ônibus’. Fui ao seu encontro, avaliei, vi que era uma vítima leve, graças a Deus!! E agora? Haviam outras pessoas que precisavam de mim… ‘Mãe, fica aqui sentada tenta não se mexer, o socorro já está chegando, preciso ver as outras vítimas’ foi o que eu disse durante um abraço longo…
E fui cumprir a missão que Deus me deu… Embora fosse minha mãe eu sabia que outras mães e pais, filhos de alguém estavam mais graves e estes eram prioridade devido ao estado em que se encontravam…
Deus me guiou, Deus me colocou naquele lugar para ajudar e não para chorar porque nada é por acaso…
Socorristas e bombeiros passavam mal, a cena, o calor, tudo ajudava… somos preparados, mas acima de tudo somos humanos…
Apesar do susto, das lágrimas que correram após ligar para bombeiros… Eu ainda assim só tenho a agradecer a Deus pela vida de minha mãe e pelas vidas que pude ajudar a salvar!
Que Deus conforte as famílias que perderam seus entes queridos, que Deus dê força aqueles que lutam pela vida nos hospitais… Amém.”
Eram 13h51min quando seu celular tocou naquela fatídica terça-feira. Do outro lado da linha, sua mãe. Ainda dentro do ônibus, em desespero, ela contou o que havia acontecido, dizendo que eram muitas pessoas em estado grave e outras já mortas.
Mas, antes de contarmos o desfecho desta história, vamos falar um pouco do Grave Resgate Voluntário. Um grupo na qual Kerolen faz parte e que presta um bonito e importante trabalho de forma totalmente espontânea.
Michel Elias da Silva, Diretor Operacional do grupo, conversou por telefone com o Litoralmania na tarde desta sexta-feira.
De acordo com ele, o Grave Resgate trabalha voluntariamente todos os finais de semana e também em momentos específicos no qual são acionados, como foi o caso do acidente da Unesul.
A ambulância utilizada por estes guerreiros da saúde foi doada pelo município de Glorinha a cerca de quatro anos. O veículo estava sucateado e foi totalmente reformado. Ela é modelo 2001 e por diversas vezes já deixou o grupo “empenhado”, antes de chegarem ao local de atendimento.
O diretor salienta que outra ambulância ajudaria muito o trabalho. Frisou que poderia ser uma de mesmo ano, mas que possa ser usada mesmo que como veículo reserva. Interessados que quiserem colaborar de alguma maneira podem ligar no 51 8038 4025 ou depositar qualquer quantia em dinheiro no Banco Bradesco – Agência 877 – CC – 92624-0 – Grupo de Resgate e Apoio Voluntaria de emergência.
A área de atuação da equipe se dá na rodovia RS-030, no Parque dos Anjos, até a rodovia RS-474 em Santo Antônio da Patrulha. Ainda, também em todo município de Glorinha. Além disso, Michel salienta que na medida do possível atendem chamados de outras localidades, com o comparecimento dos voluntários.
Os profissionais da saúde que quiserem participar voluntariamente deste belo trabalho podem entrar em contato pelo telefone acima ou pelo facebook. O requisito mínimo é ter um curso de atendimento pré hospitalar.
Agora que já sabemos um pouco do Grave Resgate Voluntário, vamos voltar ao dia de Kerolen. O texto abaixo são suas as palavras.
“E o que escrever do dia (06/01/15)… Às 13h51min meu celular toca… Do outro lado da linha, minha mãe, ainda dentro do ônibus, tombado me pede socorro em desespero, aos prantos, me diz que o ônibus em que estava tombou e que tem pessoas feridas e talvez até sem vida… Eu, socorrista do Grave embora com coração na mão tento passar para ela a calma que eu mesma já estava perdendo… Desliguei… Liguei para bombeiros e informei o ocorrido.
Deixei minha filha na vizinha me recompus, vesti meu macacão, peguei epi’s e o vizinho me levou até o local.
Fui a primeira pessoa do socorro a chegar, a cena era de terror, múltiplas vítimas me pediam ajuda, o que eu podia fazer? Pedir que me ajudassem! Pedir que sentassem no chão e tentassem manter a calma e aguardassem chegar o socorro que eu podia garantir… Já estava a caminho…
E minha mãe? Onde estaria? Como estaria? Entrei no ônibus… era surreal..
Liguei pra ela na esperança de não ouvir o toque de seu celular ali naquela cena horrível… Não ouvi… Que alivio…Mas onde estaria? Não atendeu… Desespero no meu coração… Ela me retornou ligação…
‘Filha estou aqui na sombra, sai do ônibus’. Fui ao seu encontro, avaliei, vi que era uma vítima leve, graças a Deus!! E agora? Haviam outras pessoas que precisavam de mim… ‘Mãe, fica aqui sentada tenta não se mexer, o socorro já está chegando, preciso ver as outras vítimas’ foi o que eu disse durante um abraço longo…
E fui cumprir a missão que Deus me deu… Embora fosse minha mãe eu sabia que outras mães e pais, filhos de alguém estavam mais graves e estes eram prioridade devido ao estado em que se encontravam…
Deus me guiou, Deus me colocou naquele lugar para ajudar e não para chorar porque nada é por acaso…
Socorristas e bombeiros passavam mal, a cena, o calor, tudo ajudava… somos preparados, mas acima de tudo somos humanos…
Apesar do susto, das lágrimas que correram após ligar para bombeiros… Eu ainda assim só tenho a agradecer a Deus pela vida de minha mãe e pelas vidas que pude ajudar a salvar!
Que Deus conforte as famílias que perderam seus entes queridos, que Deus dê força aqueles que lutam pela vida nos hospitais… Amém.”
Redação Litoralmania